Uma estratégia da Secretaria de Saúde para ampliar o alcance vacinal é levar doses do imunizante até a população, visitando escolas, empresas e hospitais
REINALDO SILVA
Da Redação
De 1º de abril a 29 de junho, a Secretaria de Saúde de Paranavaí aplicou 33.408 doses de vacina contra a Influenza. O número representa 57,75% do público-alvo, portanto abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que é 90%. A imunização é destinada a todas as pessoas acima de 6 meses de idade.
Dentro desse recorte, de 1º de abril a 29 de junho, foram vacinados 10.227 idosos, 3.671 crianças e 476 gestantes. Fora dos grupos específicos, a aplicação de doses alcançou 19.034 pessoas.
As unidades básicas de saúde com sala de vacina atendem de segunda a sexta-feira das 8h às 11h30 e das 13h30 às 16h: Distrito de Graciosa, Campo Belo, 3 Conjuntos, Panorama, Celso Konda, Jardim Maringá, Distrito de Sumaré, Chácara Jaraguá, Jardim Morumbi, Zona Leste, Ouro Branco, Monte Cristo e Coloninha.
Com o objetivo de ampliar o alcance vacinal, a Secretaria de Saúde também está levando doses do imunizante para outros ambientes, como escolas, empresas e hospitais, além da realização de mutirões aos sábados. “Temos doses em quantidade suficiente”, garantiu a coordenadora municipal da Imunização, Grazieli Neves.
No caso das empresas, é necessário fazer o agendamento para a visita da equipe de vacinação. O contato pode ser feito de duas formas: diretamente na UBS mais perto ou no Setor de Imunização. O ideal é que haja pelo menos 20 pessoas, e o número mínimo é justificado por questões logísticas, já que é necessário deslocar profissionais e, por isso, fechar temporariamente a sala de vacina.
Se a lista de funcionários estiver abaixo de 20, a orientação da coordenadora é que a empresa adote escalas para liberar o pessoal, assim todos os interessados podem ir à UBS e receber a dose da vacina.
Grazieli Neves explicou que a imunização promove proteção contra a gripe, evitando os sintomas mais graves, ou seja, previne complicações decorrentes da doença, internações e óbitos. “Quanto mais pessoas vacinadas, menor a circulação do vírus. Ela [a vacina] protege não só o indivíduo, como também aqueles que não podem receber a vacina”, acrescentou.
A estagiária Júlia Martins Neves, de 16 anos, moradora do Centro de Paranavaí, foi vacinada na manhã dessa sexta-feira (4). A imunização contra a gripe faz parte da rotina familiar, e ela recebe a dose todos os anos. Sobre a importância da vacinação, afirmou: “[É necessária] para evitar ficar doente”.

Foto: Ivan Fuquini
Efeitos – Em média, a dose leva duas semanas para surtir efeito. Após a aplicação, algumas pessoas podem experimentar sintomas semelhantes aos da gripe, e isso ocorre em razão da reação do sistema imunológico. “A vacina estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos, o que pode causar sintomas leves, como dor no local da injeção, febre ou fadiga”, apontou a coordenadora da Imunização.
Outra situação que causa a impressão de que a vacina levou o paciente a ter gripe é que, em alguns casos, a infecção viral já está incubada no organismo, e os sintomas aparecem de forma coincidente. Em relação às reações adversas, Grazieli Neves informou que são raras, mas eventualmente há manifestações leves e temporárias.
Doenças respiratórias – Ainda que o índice de vacinação esteja abaixo da meta, os resultados do avanço da estratégia de imunização podem ser ilustrados pela redução no número de consultas médicas registradas na rede municipal de saúde.
Em maio, portanto segundo mês da campanha de vacinação, foram 5.829 atendimentos a pessoas com sintomas gripais. Em junho, mesmo com o registro das temperaturas mais baixas do ano, a Secretaria de Saúde contabilizou 5.408.

Foto: Ivan Fuquini
Pode parecer pouco, mas a coordenadora municipal da Imunização lembrou que quantos mais pacientes buscarem os serviços de saúde por suspeita de gripe, maior é a sobrecarga do sistema e dos equipamentos públicos. Eis, aí, mais um fator que reforça a importância da vacinação.
De acordo com a Coordenação de Vigilância Epidemiológica de Paranavaí, considerando o período de 1º de maio a 30 de junho, metade dos exames para identificar as síndromes respiratórias apontou para alguma variação do vírus Influenza, sendo mais frequente o tipo A; 23,5% dos casos eram Rinovírus; 23,5%, Vírus Sincicial Respiratório (VSR); e 3%, Coronavírus.
É importante destacar que nem todos os pacientes que procuram atendimento são submetidos a exames. A realização é de acordo com a conduta de cada caso. A Coordenação de Vigilância Epidemiológica também explicou que resultados negativos não indicam que a pessoas não esteja contaminada, mas que pode ser portadora de um vírus não pesquisado no teste.