Liderada pelo setor de alimentos, a indústria paranaense já criou mais de 26 mil novos postos formais de trabalho (com carteira assinada) em 2022. Os dados acumulados até setembro deste ano foram divulgados pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério da Economia, e mostram que, apesar da diminuição no ritmo de empregabilidade, a indústria foi o segundo segmento econômico que mais criou oportunidades aos trabalhadores este ano. A redução frente ao mesmo período de 2021 chega a 42%. Naquela época, a indústria contabilizava mais de 45 mil novas contratações.
De janeiro a setembro, a indústria soma mais de 727 mil profissionais empregados em todo o estado (estoque), um crescimento de 3,7% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. O setor responde por 19% de todas as vagas abertas no Paraná, que teve um total de 136,8 mil novas admissões em todas as atividades. “Os números revelam que o ritmo de empregabilidade está quase 5% maior do que estava há um ano no estado”, destaca o economista da Federação das Indústrias do Paraná, Evânio Felippe. Mas, no segmento, o resultado é visto com cautela. “O Paraná tem o pior desempenho industrial do Sul. Ficou atrás do Rio Grande do Sul (37.386) e de Santa Catarina (29.668) nos dados acumulados”, avalia.
O setor alimentício, maior do estado, puxou o crescimento, com mais de 6.300 vagas abertas. Seguido por confecções e artigos do vestuário (2.800), fabricação de produtos de metal (2.300), máquinas e equipamentos (2.270) e automotivo (2.139). Das 24 atividades analisadas pelo Novo Caged, três mais demitiram do que contrataram este ano. São elas, móveis (-507), madeira (-162) e fumo (-55).
Comparação mensal – Em setembro, a indústria abriu 2.374 postos de trabalho, redução de 21% frente a agosto (2.988) e de 27% contra setembro do ano passado (3.254). Alimentos liderou a geração de vagas com 1.246 novas contratações. Na sequência vem fabricação de produtos de metal (334), celulose e papel (199), máquinas e equipamentos (157) e produtos diversos (157). De 24, sete atividades ficaram negativas: madeira (-292), produtos têxteis (-33), manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (-25), metalurgia (-20) e fumo (-20).
“O resultado da indústria poderia ser melhor, não fosse a escassez de mão de obra qualificada para atender o setor fabril”, acredita Felippe. “Essa é umas das razões de serviços (5.515) e comércio (3.287) terem liderado as contratações no estado este mês”, explica o economista.
Diferente do que ocorre em serviços e comércio, em setembro, o pico de contratação nas indústrias, para atender à demanda maior de fim de ano, já passou. “O ritmo de admissões é forte a partir de junho e diminui em setembro e outubro, com maior número de desligamentos até dezembro”, detalha o economista da Fiep. “Por isso, nos próximos meses, a tendência é uma desaceleração na empregabilidade na indústria, que nesta época já planeja as férias coletivas dos trabalhadores e faz adequação do modo de produção ao ritmo de demanda no período”, conclui.