Comitiva do país asiático visitou o Noroeste do Paraná nesta quarta-feira e conheceu os processos de cultivo da raiz e de modificação de amido
REINALDO SILVA
Da Redação
Os olhares atentos revelam o interesse em conhecer o processo de industrialização do amido de mandioca. Desde a chegada do caminhão carregado de raízes até a embalagem do produto pronto para a venda, cada etapa foi acompanhada de perto por um grupo de tailandeses interessados em firmar parcerias comerciais com o Brasil.
Nesta quarta-feira (29), a comitiva do país asiático visitou empresas da Região Noroeste do Paraná e conheceu métodos de plantio aplicados nas lavouras de mandioca.
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Pela manhã, a primeira atividade foi no Distrito de Graciosa, em Paranavaí. Saudações de boas-vindas e agradecimentos marcaram as rápidas manifestações de lideranças do setor.
O anfitrião Guido Bankhardt afirmou que o intercâmbio comercial aponta o interesse em expandir a produção e a venda de derivados de mandioca. “Estamos restritos ao consumo interno, o que produzimos, consumimos. Estamos tentando fazer essa parceria com o pessoal da Tailândia, para que possamos exportar o excedente de produção.”
O presidente do Sindicato Rural Patronal de Paranavaí, Ivo Pierin Junior, estimou: apenas 5% são destinados à exportação.
Diretor da SMS Corporation, Khem Wanglee falou em nome do grupo. Afirmou que o objetivo é conhecer a capacidade e o potencial produtivo brasileiro e entender como a indústria funciona. A partir daí, criar mecanismos de trabalho conjunto para, no futuro, expandir a produção de mandioca em todo o mundo.
O tailandês citou quatro tipos de amido que considera como fundamentais para a alimentação em todo o mundo: de milho, de trigo, de batata e de mandioca – esse último tem grande potencial e precisa ser mais bem explorado.
Sobre a experiência no parque de produção da indústria Amidos Bankhardt, Khem Wanglee disse que ficou surpreso com a qualidade da raiz de mandioca do Brasil, que contém maior quantidade de amido na comparação com a da Tailândia.
HÁBITOS ALIMENTARES – O empresário Guido Bankhardt mencionou um fato curioso, confirmado posteriormente pelo visitante. A mandioca in natura não faz parte dos hábitos alimentares dos tailandeses, apenas alguns produtos à base de amido, por exemplo, molhos e bolachas.
Por esse motivo, o anfitrião serviu um café da manhã repleto de receitas preparadas com mandioca e derivados: variedades de biscoitos doces e salgados, pão de queijo, bolo e até canjica doce. As novidades agradaram o paladar dos tailandeses, que já consideram levar o cardápio para o país de origem.
Para Guido Bankhardt, mais do que apresentar sabores, o contato dos visitantes com diferentes possibilidades de alimentos feitos à base de mandioca traz novas oportunidades de comércio para a indústria brasileira.
NA TAILÂNDIA – A SMS Corporation, citada anteriormente, é uma das principais empresas da Tailândia, responsável por fabricar e distribuir globalmente amido modificado de mandioca, atendendo a setores farmacêuticos e nutracêuticos, de alimentos, papel, construção civil e têxtil.
As três unidades de fabricação produzem coletivamente 400 mil toneladas de amido de tapioca modificado anualmente.
LIDERANÇAS – Durante o encontro internacional, o presidente do Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (Simp), João Eduardo Pasquini, destacou que o Noroeste paranaense está entre as maiores regiões produtoras de raiz de mandioca do Brasil e concentra as maiores fábricas de fécula.
A expectativa, disse Pasquini, é que empresários tailandeses invistam no Brasil, prestigiando a região. “Pode ser uma grande oportunidade.”
Aproveitando a ocasião, Ivo Pierin Junior convidou os visitantes para a Feira Internacional da Mandioca (Fiman), em Paranavaí, nos dias 25 a 27 de novembro deste ano. O evento reúne representantes de toda a cadeia produtiva em nível mundial e mostra inovações, proporcionando, também, chances de fechar negócios comerciais.