Aleksa Marques / Da Redação
No século 19, o húngaro Ignatz von Péczely percebeu que a íris de sua coruja apresentou um sinal quando ela machucou a pata. Conforme ele ia tratando o machucado, o ponto em seu olho desaparecia. Dessa forma, ele associou os reflexos do corpo humano aos olhos e começou a estudar sobre o assunto. Ele foi o primeiro a utilizar o termo Augendiagnostik (diagnóstico dos olhos) e hoje é considerado o pai da iridologia.
A iridologia é a ciência que estuda a íris (a parte colorida dos nossos olhos). Nela, o profissional consegue identificar sua trajetória emocional, de saúde, psiquiátrica e até predisposições a doenças. “A íris não mente. Ela é tudo o que a pessoa já viveu e dá para se ter uma ideia do que vai vivenciar, é um músculo. Consigo identificar problemas no fígado, rins, traumas sexuais, ansiedade, excesso de açúcar no sangue e também o marcador genético da pessoa: se é materno ou paterno, isso ajuda na identificação de doenças. Iridologia é prevenção”, explicou Silvane Prates, uma das únicas iridologistas de Paranavaí.
A prática surgiu em sua vida há dez anos quando recorreu a uma profissional da área que, a partir de seus olhos, identificou um mioma no útero e um nódulo em sua mama. Desconfiada, foi ao médico, fez exames específicos e confirmou o diagnóstico. “Depois disso, eu quis estudar e me aprofundar. Achei incrível ela identificar o que eu tinha através da íris. Dessa forma, a iridologia mudou e continua mudando a minha e a vida de muitas pessoas.”
Um de seus muitos casos é a história de uma paciente que chegou ao seu consultório tomando sete remédios para depressão e transtorno de ansiedade. Através do estudo de sua íris, Silvane descobriu um abuso sexual. “Não foi fácil dizer isso a ela, mas foi necessário. A partir de então, tratamos a causa da depressão, o verdadeiro trauma. Hoje ela é uma nova mulher e não precisa mais de remédios”, explicou.
Iridologia na prática
A profissional utiliza diversos mapas com pontos marcados nas íris para seus diagnósticos dessa prática integrativa. Cada ponto, um órgão ou uma experiência emocional. Silvane compartilhou a experiência sobre a íris de dois pacientes com diferentes sintomas para exemplificar para os leitores do Diário do Noroeste.
Segundo Silvane, a íris número 1 é de constituição forte, a pessoa tem uma mente menos flexível. Ela é nervosa, rígida e tem muitos anéis de ansiedade mental como podemos perceber os círculos brancos em volta dela. Muito ansiosa, não consegue desligar a mente e é também uma pessoa observadora, detalhista e tem propensão a muitas dores no corpo. Essa íris é de genética materna.
Já a íris número 2 tem a genética paterna, a pessoa tem a pele fria, grande mucosidade que indica muitas alergias, dores no corpo, podendo ter um quadro de fibromialgia. Além disso, a profissional fala de problemas no estômago e sensibilidade digestiva. Uma pessoa de muita sensibilidade, impulsividade e racionalidade.
“Tudo isso eu consigo ver utilizando os mapas e interpretando a formação da íris. Cada pessoa tem a sua, só existe uma no mundo”, comentou. “Não é misticismo, muito pelo contrário. Eu leio o que os olhos dizem, é uma ciência muito séria com embasamento científico e estudos.”
A profissional indica a iridologia para todas as pessoas que querem se autoconhecer e saber mais sobre sua saúde. Ela diz ainda que não se pode ter 100% de assertividade, mas dá para conhecer profundamente a pessoa. “Quando dizem que os olhos são a janela da alma, é a mais pura verdade”, finaliza.