CÉZAR FEITOZA
DA FOLHAPRESS
A futura primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, pediu na quinta-feira (29) que as forças de segurança alterem o plano já fechado para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aumentem o limite de público na Praça dos Três Poderes para 40 mil pessoas.
As demandas foram apresentadas numa reunião entre Janja e integrantes da equipe de segurança da posse. Segundo relatos feitos à Folha de S.Paulo, o pedido da primeira-dama causou desconforto, já que o plano da cerimônia do dia 1º de janeiro foi fechado, ensaiado e anunciado à imprensa.
Além de aumentar o público na Praça dos Três Poderes, Janja solicitou que a segurança prepare bolsões para a entrada de pessoas em espaço mais próximo ao Palácio do Planalto e aumente o efetivo de policiais no local. É no Planalto onde o petista receberá a faixa presidencial.
Outra demanda apresentada por ela é a ampliação do horário em que a Praça dos Três Poderes estará aberta para receber o público. O plano inicial prevê a chegada de apoiadores no local até as 12h30. Integrantes da equipe de segurança afirmam que a solicitação é mais complexa de ser atendida, já que todas as etapas da festa estão cronometradas.
Os pedidos de Janja serão avaliadas nesta sexta-feira (30), mesmo dia em ocorre o ensaio final da cerimônia de posse.
O plano de segurança foi feito de forma coordenada entre diversas forças de segurança, como a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, PF (Polícia Federal), Exército, GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Na quinta, o governo do Distrito Federal anunciou os detalhes do planejamento. O secretário de Segurança, Júlio Danilo, confirmou à imprensa na ocasião que o público em frente ao Palácio do Planalto seria limitado a 30 mil pessoas. “É o que a Praça dos Três Poderes comporta de forma segura”, disse.
Para toda a Esplanada dos Ministérios, a equipe de transição espera um público total de 300 mil pessoas.
O plano ainda prevê que o público que acompanhar a posse terá de entrar por um único local, pela via que dá acesso à Esplanada dos Ministérios. Haverá linha de revista na entrada, e o GSI deve disponibilizar pórticos móveis de detector de metais para as áreas mais sensíveis da segurança.
“Todo mundo está convidado para o ato da posse. Por favor, domingo estejam aí [em Brasília] que não vai ter barulho. Não fiquem preocupados. Quem perdeu as eleições que fique quietinho. E quem ganhou tem o direito de fazer uma grande festa popular aqui em Brasília”, disse Lula na quinta, durante o último anúncio de ministros do seu governo.
O roteiro da posse de Lula prevê que o presidente eleito e o vice-presidente Geraldo Alckmin devem chegar às 14h20 na Catedral de Brasília, com as esposas Janja e Lu Alckmin.
Dez minutos depois, será feita a saída do cortejo da catedral rumo ao Congresso Nacional. Será decidido na hora se as autoridades farão o desfile em carro aberto ou blindado, a depender de questões de segurança e meteorologia.
Às 14h40, Lula e Alckmin devem chegar ao Congresso Nacional e serão recebidos pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Eles guiarão o presidente eleito e seu vice à parte interna da sede do Legislativo, onde será realizada a sessão solene de posse, às 15h.
Uma hora depois, Lula deve sair do Senado e ir até a área externa do Palácio do Planalto, onde terá início a cerimônia de honras militares e entrega da faixa presidencial na rampa da sede do Executivo.
Dentro do Palácio, Lula deve se encontrar com autoridades estrangeiras e depois levá-las para a cerimônia de cumprimentos no Palácio do Itamaraty.
Durante todo o dia serão realizados shows do Festival do Futuro na Esplanada dos Ministérios. A música só será interrompida durante a cerimônia de posse.
Mais de 20 artistas vão se apresentar em dois palcos montados no canteiro central da Esplanada. Entre os músicos confirmados estão Chico César, Pabllo Vittar, Duda Beat, Valesca Popozuda, Baiana System e Kleber Lucas.