O Judô brasileiro não decepciona e conquistou nossas primeiras medalhas (prata e bronze) nos Jogos de Paris. E no dia 2 de agosto, ontem, subiu ao lugar mais alto do podium, sim somos ouro mais uma vez. A atleta Beatriz Souza venceu a adversária israelense e foi medalhe de ouro. Também vimos estrelas como Rafaela Silva, Rafael Macedo e Maira Aguiar perdendo seus combates. Rafaela e Rafael estavam disputando medalhas de bronze e as regras os desclassificaram. Eu fui judoca de alta competição, questiono as regras atuais por conta de elas terem descaracterizado o Judô técnico e privilegiado o Judô força. Uma pena para os puristas do Judô com sua filosofia e seus princípios.
A marcha atlética brasileira nos brindou com uma medalha de prata, este esporte quase desconhecido e com reações preconceituosas contra os marchadores, os quais não podem tirar as duas pernas do solo e devem manter uma das pernas estendidas. Isso faz com que o quadril pareça estar rebolando. Cabeças pequenas agridem os marchadores por conta disso.
Nossa pugilista, a baiana Bia Ferreira, mais uma vez subirá ao podium, pois em combate bastante acirrado contra a holandesa Chesley Heijnen, venceu por pontos classificando-se para as semifinais e garantindo no mínimo um bronze. Boxe glorioso do Brasil, apesar de haver pouco incentivo a sua prática sempre nos proporcionou grandes atletas, desde o saudoso Eder Jofre, campeão mundial.
No dia 2 de agosto nosso querido atleta, Rafael Silva, o Baby que disputa a categoria de +100 kg no Judô, competiu nos jogos provavelmente pela última vez. Ele luta na categoria do francês Teddy Rinner que conquistou todas as medalhas da categoria. A nossa atleta Beatriz Souza disputou a finalíssima no feminino, na categoria +78 kg, e venceu a judoka de Israel por um wazari, meio ponto e nos proporcionou outro ouro. Seu técnico é Leandro Grilheiro, do Esporte Clube Pinheiros, tradicional investidor no Judô também é medalhista olímpico. Ganhou dois bronzes (Atenas 2004 e Pequim 2008).
Outra agradável surpresa veio do Tênis de Mesa, com a classificação do tricampeão pan-americano, Hugo Calderano para as semifinais da modalidade, esporte esse que pode conquistar mais uma medalha inédita para o Brasil, de bronze.
Nossos esportes coletivos que andaram perdendo seus jogos e se classificando com a combinação de resultados, exceção feita ao voleibol feminino, dirigido com maestria por meu particular amigo, José Roberto Lages Guimarães, o Zé Roberto, vencendo seus jogos e renovando nossas esperanças de medalhar novamente.
Para lembrar da expulsão da atleta da natação do Brasil, Ana Carolina Vieira, que revelou um potencial caso de assédio sexual, e segundo a atleta tudo ficou obscuro, pois a denunciante alegou que sua comunicação ao Comitê Olímpico Brasileiro – COB – não obteve resposta. Uma pena este episódio, culminando com a expulsão da atleta.
A espetacular Ginástica Artística, capitaneada pela atleta Rebeca Andrade, em particular duelo contra a americana Simone Biles, conquistou o expressivo resultado por equipe (medalha de bronze) e prata no individual geral, tornando-se nossa maior medalhista, e ainda teremos as finais por aparelho, onde Rebeca e Biles se confrontarão novamente: saltos, trave e solo. As chances de virem novas medalhas são enormes.
Para finalizar vamos atualizar o quadro de medalhas de hoje, até o presente momento nosso querido Brasil, com esse ouro passa a ocupar o 18 lugar com 1 ouro, 3 pratas e 3 bronzes. Mas ainda temos possibilidades de surfar nessa praia e conquistarmos mais algumas medalhas, melhorando nossa posição no quadro e assim talvez nossos dirigentes e políticos valorizem mais o decantado sistema esportivo brasileiro.