ALEX SABINO
DA FOLHAPRESS
Apresentado aos seus colegas experientes, Karim Benzema, então com 18 anos, teve de passar pelo batismo comum aos novatos no elenco do Lyon: fazer um discurso diante de todos. O jovem atacante tropeçou nas palavras e os mais velhos, como Sylvain Witord, Elber, Sidney Govou e Florent Malouda começaram a rir.
“Não riam. Eu estou aqui para tomar o lugar de vocês”, avisou Benzema naquele janeiro de 2005.
Dezessete anos depois, ninguém ri mais. Em uma das maiores reviravoltas já registradas no futebol europeu, o jogador que era sombra de Cristiano Ronaldo e se tornou um pária do futebol francês foi escolhido o melhor do mundo pela revista France Football. Nesta segunda-feira (17), ele ganhou a Bola de Ouro, prêmio dado pela publicação para o principal craque da temporada.
A eleição não foi nenhuma surpresa. Benzema era favoritíssimo para vencer depois de ter sido escolhido o melhor pela Uefa.
Na temporada 2021-2022, encerrada em maio, ele marcou 44 gols em 46 partidas. Foi fundamental para as conquistas do Real Madrid na liga espanhola e na Liga dos Campeões.
Na premiação da melhor jogadora, o favoritismo da meia espanhola Alexia Putellas foi confirmado. Melhor do mundo da Fifa em 2021, ela venceu a Bola de Ouro pelo segundo ano consecutivo.
No início da cerimônia, o brasileiro Raí subiu ao palco para entregar o prêmio Sócrates, em homenagem a seu irmão, meia do Corinthians e da seleção brasileira, morto em 2011. A iniciativa foi criada para premiar jogador envolvido em causas sociais. O primeiro ganhador foi Sadio Mané, que pagou a construção de escolas e hospitais em sua vila natal, no Senegal.
O Troféu Kopa, para o melhor jogador sub-21 foi para o meia espanhol, Gavi, 18, do Barcelona.
O polonês Robert Lewandowski, do Barcelona, foi escolhido para levar o prêmio Gerd Muller, de melhor atacante da última temporada.
Sem nenhuma surpresa, o belha Thibaut Courtoi, do Real Madrid (ESP), ficou com o prêmio Lev Yashin, para o melhor goleiro.