A vereadora Fernanda Zanatta, empresária de Paranavaí, lançou a campanha Absorvendo Afeto, que tem como objetivo promover a conscientização sobre a chamada pobreza menstrual. É quando crianças, adolescentes e mulheres não têm condições de comprar absorventes íntimos e, por falta de proteção adequada, deixam de brincar, estudar e trabalhar e praticar atividades esportivas, ou seja, se privam do convívio social.
Zanatta questiona: “Você consegue imaginar como deve ser menstruar e não ter acesso a protetores adequados? Ou mesmo orientações sobre higiene íntima?”. Para muitas mulheres, diz a vereadora, absorventes são considerados artigos de luxo, por isso, acabam recorrendo a métodos inseguros para conter o próprio sangue. Exemplifica: folhas de papel jornal, papelão, retalhos de tecidos e até mesmo miolo de pão. Além de não protegerem, esses itens podem causar infecções e danos à saúde feminina.
A partir da campanha, a ideia é mobilizar a comunidade na busca por doações de absorventes íntimos, que serão distribuídos nas escolas, Unidades Básicas de Saúde e outras entidades que atendem crianças, adolescentes e mulheres em idade menstrual em situação de vulnerabilidade social.
Para participar, basta doar absorventes higiênicos descartáveis. São pontos de arrecadação: sede da OAB de Paranavaí, Escola Influx e Amei Esmalteria. A vereadora pede o apoio de toda a sociedade: “Precisamos de sua participação”. Às empresas de Paranavaí, dirige o apelo: “Solicite uma caixa de arrecadação e faça a diferença na vida dessas meninas que precisam de nossa doação”.
São parceiros na realização da campanha a OAB de Paranavaí, o Rotary Clube e a Associação de Proteção ao Amor Materno (Apam) da Diocese de Paranavaí. Mas não para por aí. De acordo com Cláudia Picoli, que organiza a campanha junto com Fernanda Zanatta, a intenção é conseguir a participação de empresas fabricantes de absorventes. “Vamos tentar arrecadar bastante para abastecer todas as escolas e os equipamentos públicos. Quem sabe se conscientizam da importância do tema.”
Cláudia contou que já houve conversas com representantes das secretarias municipais de Educação e de Assistência Social buscando parceria nas ações de conscientização. Um grupo de meninas está recebendo orientações médicas para que possa ir até as escolas e conversar com as estudantes sobre o tema.