A coesão que caracteriza o setor agropecuário paranaense vai continuar a prevalecer nos próximos. Isso ficou evidente na Assembleia Geral 2024 da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), realizada em 29 de janeiro, e que elegeu a chapa liderada pelo atual presidente, Ágide Meneguette, para comandar a entidade no próximo triênio 2024/27.
Prestigiada por 150 lideranças sindicais, entre presidentes, diretores e delegados de 108 sindicatos rurais, e por líderes políticos estaduais e nacionais, o ato teve como tônica a necessidade de união do setor em todos os âmbitos, começando na base: os municípios. O evento também enumerou pontos prioritários do setor agropecuário ao longo deste ano, nos quais os produtores devem permanecer vigilantes para evitar retrocessos.
Em seu pronunciamento de abertura, Meneguette enumerou casos em que essa mobilização rendeu bons resultados, como o movimento de produtores rurais contra a criação de uma taxação a produtos agropecuários para manter um fundo de infraestrutura e o levante contra a intenção de redução do percentual de umidade da soja. O presidente da FAEP mencionou, ainda, ações como o apoio à Comissão Estadual de Mulheres da FAEP (CEMF) e a contratação da Embrapa Territorial para desenvolver um estudo sobre a disponibilidade hídrica do Paraná e sobre tecnologias de reuso de resíduos.
“Nós precisamos de mobilização em todos os municípios. Se quisermos pressionar o poder público e fazer valer a nossa vontade, não será apenas enviando ofícios. Estamos vivendo um momento complicado e teremos que exercer pressão com mobilização nos nossos municípios”, disse Meneguette.
A Assembleia Geral contou com a participação de parceiros do setor agropecuário. Em âmbito estadual, estiveram presentes o secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros; e a ex-governadora Cida Borghetti. Em nível federal, compuseram a mesa os deputados federais Pedro Lupion, que também é presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA); Tião Medeiros, que preside a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados; e Sergio Souza, ex-presidente da FPA. Todos também destacaram que é imprescindível que o setor esteja em consonância, na defesa incondicional dos interesses da categoria.
Resistência – Destacando a relevância do setor agropecuário – que responde por um terço do Produto Interno Bruto (PIB) e por um quarto dos empregos gerados –, o deputado Pedro Lupion frisou que a eficiência da FPA está diretamente relacionada à participação de agricultores e pecuaristas nos municípios. Além disso, a bancada ruralista está amparada pelo apoio de mais de 60 entidades, que dão embasamento e ampliam a força política do bloco para atuar em favor dos produtores rurais. Ele conclamou os presidentes de sindicatos rurais do Paraná a continuarem mobilizando suas bases.
Na mesma linha, Tião Medeiros não poupou críticas ao corte nos recursos do seguro rural e à falta de recursos para financiar a produção agropecuária. O parlamentar também questionou a decisão de Fachin, classificando a atuação do STF como “ativismo judiciário”. Por outro lado, o deputado também engrossou o coro da necessidade de agricultores e pecuaristas somarem forças para que o setor possa “resistir aos ataques” e continuar sua rota de crescimento.
“O agro tem sido enfrentado e afrontado a todo momento. Precisamos ter mobilização política. É vestir a camisa e fazer os enfrentamentos”, definiu. “Temos uma série de pautas que vamos continuar enfrentando unidos. A FAEP faz esse papel de forma majestosa, de unir a agricultura. Se não estivermos unidos, teremos dificuldade de fazer esse enfrentamento”, apontou.
Resultados no Estado – O secretário Ricardo Barros destacou a união, também, sobre outro aspecto: na busca de soluções para tornar a produção agropecuária mais eficiente. Ele integrou uma das comitivas da FAEP, que fez uma viagem técnica a Israel, para conhecer tecnologias para se produzir em áreas áridas, sobretudo com técnicas pioneiras de irrigação. Segundo Barros, a iniciativa inspirou o governo do Paraná, que se prepara para embarcar em uma missão técnica a Nebraska, nos Estados Unidos. O secretário também falou sobre a necessidade de coesão para se garantir a harmonia entre os Três Poderes.
Por sua vez, a ex-governadora Cida Borghetti classificou as demandas agropecuárias como “uma pauta prioritária”, considerando que o setor é um dos mais relevantes na geração de emprego, de renda e de oportunidades. Cida também relembrou uma importante conquista recente do Paraná: a certificação internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação. Parte do processo foi estruturado ao longo do período em que ela governava o Estado.