REINALDO SILVA
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O presidente da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (Amunpar), Julio Leite, prefeito de Terra Rica, viajou a Curitiba e aproveitou a oportunidade para dar início às conversas com o Governo do Estado em busca de aprimorar os termos do convênio para a realização de cirurgias eletivas na Santa Casa de Paranavaí. Lideranças da região pedem a simplificação dos trâmites burocráticos a fim de garantir celeridade e efetividade aos procedimentos.
No primeiro mês de funcionamento da Unidade Morumbi, foram 127 cirurgias eletivas, menos da metade do que era previsto, 312. A principal dificuldade identificada pelos municípios está no cadastramento dos pacientes no Sistema de Gestão da Assistência de Saúde do SUS (GSUS). Os procedimentos cirúrgicos são exclusivos para pacientes incluídos no banco de dados, mas nem todos estão. Nesses casos, os encaminhamentos são interrompidos.
Os gestores municipais também questionam o número de consultas médicas disponibilizadas através do GSUS, 170 por mês. Seriam necessárias quase duas vezes mais do que isso para conseguir encaixar os 312 pacientes no cronograma de cirurgias eletivas.
Na sexta-feira passada, prefeitos, vice-prefeitos, secretários municipais de Saúde e outras lideranças do Noroeste do Paraná se reuniram em Paranavaí para debater o assunto. Durante o encontro, o presidente da Amunpar se comprometeu a buscar junto ao Governo do Estado maneiras de ampliar a quantidade de consultas pelo GSUS e, assim, atender plenamente a demanda de toda a região.
As negociações com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) só começaram. A expectativa de Julio Leite é voltar a Curitiba na próxima semana para retomar o assunto e tentar resolver o problema definitivamente.
Santa Casa – A abertura oficial da Unidade Morumbi para cirurgias eletivas foi no dia 4 de abril deste ano. Antes, o novo prédio já abrigava o Centro Macrorregional de Oftalmologia, em funcionamento desde janeiro de 2021.
O diretor-geral da Santa Casa de Paranavaí, Héracles Alencar Arrais, afirmou que a Unidade Morumbi está pronta para oferecer as 312 cirurgias eletivas previstas no contrato, com a equipe médica preparada para receber os pacientes.
Arrais lembrou que ao longo de dois anos, os procedimentos permaneceram suspensos por causa da pandemia de Covid-19: durante o período mais crítico, foi preciso adaptar leitos hospitalares para a internação de pacientes com sintomas moderados e graves da doença. Depois de todo esse tempo, a fila de espera por cirurgias eletivas cresceu significativamente e essas pessoas precisam ser atendidas o mais rápido possível.
O diretor da Santa Casa pediu que os municípios façam as devidas atualizações de exames e documentos dos pacientes antes de encaminhá-los, assim, será possível realizar todos os procedimentos previstos para cada mês.
Finanças – De acordo com Arrais, a Santa Casa de Paranavaí passa por um período de desequilíbrio financeiro importante, um dos mais graves de toda a história do hospital. Ao longo da pandemia, foi necessário fazer altos investimentos para a aquisição de insumos utilizados na Ala Covid-19. A procura por itens de segurança e medicamentos cresceu em todo o mundo, o que elevou os preços de mercado.
As dificuldades têm comprometido o pagamento de fornecedores e, segundo informações de bastidores, teriam até levado ao atraso de salários. Considerando encargos, impostos e auxílios repassados aos funcionários, a folha de pagamento da Santa Casa é de aproximadamente R$ 2 milhões por mês.