BRUNNO CARVALHO
DA UOL/FOLHAPRESS
Igor Liziero tem sido uma exceção em uma temporada em que 21 jogadores do atual elenco do São Paulo já passaram algum período no departamento médico. Vindo de uma temporada de 2020 afetada por causa de uma operação no tornozelo direito, o volante ganhou espaço com Hernán Crespo e se tornou uma peça fundamental do meio de campo do São Paulo.
Diante do Palmeiras, Liziero foi responsável por seis dos 22 desarmes que o São Paulo fez na primeira partida das quartas de final da Libertadores. Fazendo uma dupla de marcação com Luan, o meia tem uma média de 3,2 desarmes por partida na competição continental, a sétima melhor marca de todo o torneio, de acordo com o “SofaScore”.
Mas não são apenas os números que transformaram Liziero em peça importante do São Paulo na temporada. O alto número de lesões fez com que Hernán Crespo precisasse rodar o elenco e fazer com que alguns atletas desempenhassem funções diferentes das que estão acostumados. No caso de Liziero, ele assumiu a posição de primeiro volante enquanto Luan se recuperava de um edema na coxa esquerda, no início do Brasileirão, que o tirou de seis jogos do São Paulo.
Naquele momento, o meia seguia se destacando na marcação. Contra o Cuiabá, no fim de junho, no último jogo dele sem Luan, Liziero foi responsável por nove dos 21 desarmes são-paulinos no empate por 2 a 2. A boa atuação serviu para amenizar as críticas depois de um de seus piores momentos na temporada. Na derrota por 2 a 0 para o Santos, ele saiu jogando errado e entregou o gol para Pirani.
“Liziero é um grande jogador. Esse resultado não está chegando e o único culpado está aqui [apontando para si], não está nos jogadores. É um grandíssimo jogador, de grande personalidade, que pode errar porque a vida é saber errar, ter muita personalidade para continuar a jogar. Acredito que é um jogador muito importante como todos os outros. Se tem um culpado, sou eu”, elogiou Crespo depois do jogo contra o Cuiabá.
As boas atuações desde então fazem com que Liziero supere o período de desconfiança por causa das lesões. Ele entrou em campo apenas 15 vezes na temporada de 2020, o ano de menor participação desde que subiu das categorias de base são-paulina.
O número de jogos foi impactado por um rompimento dos ligamentos do tornozelo direito em setembro. A lesão fez com que Liziero precisasse ser submetido a uma cirurgia e demorasse cinco meses para se recuperar.
Já em 2021 a situação tem sido diferente. Longe do departamento médico, ele conquistou a confiança de Hernán Crespo e igualou 2019 como seu segundo ano mais atuante, com 29 partidas. A próxima meta é ultrapassar os 40 jogos feitos em 2018, seu primeiro ano definitivo no profissional do São Paulo.
A diferença pode cair já neste sábado (14), quando o São Paulo recebe o Grêmio, às 21h (de Brasília), pela 16ª rodada do Brasileirão. O técnico Hernán Crespo ainda não definiu quais jogadores deverão ser poupados no duelo, visando a segunda partida contra o Palmeiras, que acontecerá na próxima terça-feira (17).