Aleksa Marques / Da Redação
Maio é mês das noivas. Temos também a enigmática sexta 13. E se unirmos as duas situações, o que sairia? Uma lenda que atormenta os moradores de Loanda e região até hoje: a lenda da noiva fantasma, a famosa “Loira da Matão”. Você conhece?
Dizem que ela pede carona aos motoristas que passam na rodovia à noite. Há quem diga que ela aparece como um vulto todo branco e se transforma em uma enorme bola de fogo. Será? O Diário do Noroeste foi atrás e conseguiu relatos surpreendentes sobre o ocorrido.
De acordo com a população local, essa é a história:
Era uma vez um senhor americano muito rico que comprou uma propriedade. Suas terras faziam divisa com a Fazenda Matão, no município de Loanda, noroeste do estado, nos anos de 1960.
Esse homem tinha uma filha muito linda, de 17 anos, com longos cabelos loiros e cheia de charme. Tempos depois, ela conhece um rapaz também jovem, cheio de vigor e boa pinta. A menina ainda não sabia, mas aquele homem se tornaria o amor de sua vida.
Namoraram algum tempo, noivaram e finalmente marcaram a data do casamento. Era um sábado ensolarado, toda a família reunida em volta dos noivos apaixonados. A festa foi das melhores, com tudo do bom e do melhor, a mais requintada que se tem notícias na região, até hoje, segundo os moradores. De lá, os pombinhos foram direto para a lua de mel, desfrutar do tão sonhado felizes para sempre.
Saindo da estrada de chão, foram em direção a rodovia BR-376, no meio da Fazenda Matão e, para a decepção dos noivos, o carro quebrou. Um caminhoneiro, que também estava por ali, parou para ajudar. A noiva ficou dentro do carro, esperando os homens resolverem a situação. De repente, o motorista que aparentemente só queria acudir os recém-casados, pegou uma chave de fenda e fez o coração do noivo parar com um golpe certeiro no peito.
A linda jovem, ainda com o vestido de noiva e extasiada pela festa, saiu correndo e gritando aos sete ventos por ajuda. Mas foi em vão. O assassino conseguiu imobilizar a menina, amordaçou a coitada e a estuprou brutalmente. Não resistindo a tamanha violência, a filha do rico americano se juntou a seu amado no mundo dos mortos, sem ao menos ter curtido a vida de alegria que teria ao lado daquele homem.
O maníaco, após acabar com o sonho de vida do casal, enterrou os dois corpos mata adentro, entrou no carro dos noivos e fugiu, como se nada tivesse acontecido e sem deixar um fio de cabelo como pista.
O tempo passou e a cidade ficou desolada com o acontecido Decididos a ajudar, a população foi à procura dos corpos, que foram encontrados. O pai da noiva ofereceu uma recompensa grandiosa a quem trouxesse a cabeça do assassino que, até hoje, não foi desvendado.
A partir deste crime brutal, a “Loira da Matão” tem aparecido a moradores da região noroeste do Paraná, para se vingar deste criminoso que ainda está à solta.
Relatos
Há quem jure de pé juntos que já viu a Loira andando pelas estradas, que já saiu da pista desviando da possível noiva fantasma e, até mesmo, a viu pedindo carona desesperadamente. Outros moradores disseram até que ela já sentou no banco traseiro do carro, com o vestido de seu casamento todo rasgado e cheio de sangue.
Alguns motoqueiros que passam por ali dizem já ter visto a noiva os “acompanhando” na garupa, que avistaram vultos brancos “voando” e fazendo barulhos estranhos bem próximos às margens.
Um casal desavisado, que não sabia da lenda da Loira da Matão, foi acampar na Fazenda do crime. Tarde da noite, disseram ter conversado com a noiva fantasma, que ela estava ali em busca de seu assassino, aquele que acabou com a sua e com a vida de seu noivo, o amor de sua vida. E que preferia assombrar os caminhoneiros, pois era a profissão que exercia o assassino e, quem sabe um dia, ela pudesse encontrá-lo.
Se você não tiver sentido um arrepio ao ler esta história, sinto muito, você terá que ler novamente. Casos assim são passados de geração em geração, como cultura e tradição de um povo que mantém vivo suas raízes. A Loira da Matão é uma história repercutida há anos em nossa região e muitas outras também existem.
Em 2013, a professora Elmita Simonetti Pires lançou em Paranavaí, o livro “Memória e Oralidade: Narrativas da Microrregião do Extremo Noroeste do Paraná”. Além de ser um registro da identidade dos povos que vivem em 22 cidades da região, a obra leva ao público a importância da valorização da cultura oral como fonte literária.
E você? Conhecia essa história?
Se tiver relatos sobre aparições da Loira, mande para o Diário do Noroeste. Anote o email: jornalismo@diariodonoroeste.com.br
*As informações foram retiradas do livro “A Loira da Matão”, de Osmar Soares Fernandes, publicado em 1999, nele você encontra estes e outros relatos horripilantes.
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