LUCAS BOMBANA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O BB (Banco do Brasil) reportou lucro líquido ajustado de R$ 6,6 bilhões no primeiro trimestre de 2022, o que equivale a um crescimento de 34,6% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 11,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (11).
Foi o maior lucro já apresentado pelo banco em um trimestre, sem considerar o ajuste pela inflação.
“O lucro recorde pelo quinto trimestre consecutivo demonstra nosso compromisso com a originação de negócios robustos, controle de custos, proximidade com nossos clientes, aceleração da nossa transformação digital e geração de impactos sociais e ambientais positivos para toda sociedade”, afirmou Fausto Ribeiro, presidente do BB, em nota.
Segundo o banco, o resultado é explicado pelo crescimento do crédito, com performance positiva em todos os segmentos, pelo crescimento da margem financeira bruta (juros cobrados menos juros pagos aos clientes) e pelo bom desempenho das receitas de prestação de serviços.
“Estamos confiantes em entregar um lucro líquido ajustado na ponta alta do guidance [estimativa]”, afirmou Ribeiro. O banco projeta um lucro entre R$ 23 bilhões e R$ 26 bilhões para 2022.
A carteira de crédito do banco público alcançou R$ 883,5 bilhões ao final de março, um aumento de 16,4% no ano contra ano e de 1% na margem.
Já a taxa de inadimplência acima de 90 dias passou para 1,89% no primeiro trimestre, contra 1,95% em março de 2021 e 1,75% em dezembro passado. O aumento ficou dentro das expectativas, segundo o BB.
Ribeiro disse que a elevação observada no trimestre faz parte da estratégia de avanço em linhas de melhores retornos e, consequentemente, maior risco, na carteira de pessoas físicas.
“Tal risco, entretanto, está absolutamente controlado, e a trajetória de alta da inadimplência em 2022 continuará gradual, atingindo patamar confortável ao final do ano, em nível inferior ao observado no período pré-pandemia.”
A PCLD (Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa) somou R$ 2,75 bilhões e aumentou 9,3% ante o primeiro trimestre do ano passado, mas com recuo de 27,3% em relação ao último trimestre de 2021.
Carteiras de crédito em expansão A carteira Pessoa Física cresceu 14,9% frente a março de 2021, para R$ 268,8 bilhões, com destaque para a performance positiva do crédito consignado (alta de 12,1%), do cartão de crédito (54,1%) e do empréstimo pessoal (33,0%). No trimestre, a carteira cresceu 1,2%.
A carteira de crédito para empresas encerrou o mês de março com saldo de R$ 267,9 bilhões, crescimento anual de 17%. Nesse caso, destaque para o crescimento das operações de TVM (títulos de valores mobiliários) privados e garantias (7,2%), recebíveis (7,7%) e MPME –micro, pequenas e médias empresas– (14%). No trimestre, a evolução foi de 1%, puxada pelo crescimento na carteira de crédito para grandes empresas (4,5%).
Já a carteira de crédito do banco voltada ao agronegócio atingiu R$ 255 bilhões, crescimento de 28,2% na comparação com março de 2021, impulsionada por itens como o custeio agropecuário (47,8%) e para as linhas de investimento agropecuário, (68,7%). No trimestre, a carteira cresceu 2,6%.
“Nosso portfólio de crédito continuará entregando crescimento sustentável ao longo do ano, com um balanceamento de mix mais rentável, o que influenciará o desempenho da margem financeira bruta, juntamente com um forte resultado de tesouraria, e menor ritmo de crescimento nas despesas de captação”, afirmou o presidente do banco.
A margem financeira bruta do BB totalizou R$ 15,3 bilhões de janeiro a março, aumento de 5,6% na comparação anual e de 3,6% na trimestral.
As receitas de prestação de serviços, por sua vez, somaram R$ 7,5 bilhões no primeiro trimestre, alta de 9,4% no ano contra ano, mas queda de 3,8% na margem. O recuo se deveu a efeitos sazonais e ao desempenho das receitas de operações de crédito (-13,3%) e de mercado de capitais (-40,4%).
Como resultados dos números apresentados, o RSPL (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) do BB, indicador que mede a rentabilidade da operação da instituição financeira, avançou para 17,6% em março, contra 15,1% em março de 2021 e 16,6% no final do ano passado.
“A entrega de resultados robustos ao longo dos últimos trimestres permitiu que nos aproximássemos da rentabilidade dos pares privados”, afirmou Ribeiro.
Entre os grandes bancos privados, o Santander Brasil lidera em termos de rentabilidade da operação, com 20,7%, seguido por Itaú (20,4%) e Bradesco (18%).
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Fundação 1808
Lucro líquido no 1º trimestre de 2022 R$ 6,6 bilhões
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