Cibele Chacon com informações de Ivan Fuquini
Na tarde deste domingo (16), amigos de Mateus Hillmann, de 27 anos, realizaram uma manifestação em frente ao Bosque Municipal de Paranavaí para pedir esclarecimentos sobre sua morte. O jovem foi encontrado sem vida no local na última segunda-feira (10), após dois dias de buscas realizadas por populares e autoridades. O corpo estava pendurado por uma corda no pescoço e com os braços amarrados, o que levantou suspeitas sobre as circunstâncias da morte.
Durante o protesto, cartazes questionavam a investigação e cobravam mais segurança no bosque, com frases como “O que aconteceu com o prof. Mateus???”. A manifestação foi organizada por amigos e membros de coletivos sociais e ambientais dos quais Mateus fazia parte. Segundo Igreine Mac Fergus, 25, artista visual e integrante do coletivo LGBT de Paranavaí, a mobilização buscou chamar atenção para o estado de abandono do Bosque e a demora na investigação. “A gente quis mostrar como isso está abandonado, como essa falta de cuidado fez a gente perder uma pessoa muito querida”, afirmou.
Ela também criticou a demora na perícia e a falta de informações oficiais sobre o caso. De acordo com a manifestante, foi informado que o laudo poderia levar até quatro meses para ser concluído, o que, na opinião do grupo, é um prazo muito longo para um possível homicídio. “A gente não conseguiu informação nenhuma. A gente depende muito da polícia e não tem esse respaldo. Não temos informação e a gente quer muito saber o que tá acontecendo, o que eles estão pensando, pra gente poder ajudar também“, disse.
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Além da dor da perda, Igreine revelou que os amigos de Mateus e sua família estão receosos e inseguros com a situação. “A gente quer informação para isso, para a gente poder se acalentar, se acalmar, e a gente está com medo. Todos nós estamos com medo, até de procurar informação. A gente está com medo pelo irmão dele, pela família dele e por nós“, relatou.
Igreine também comentou sobre as buscas realizadas antes da localização do corpo e questionou a versão divulgada por autoridades. “Eu até me incomodei quando eu vi o chefe de polícia falando que foi a Polícia Militar e a Guarda Municipal, porque eles não estavam aqui. Era nós, nós estávamos aqui, nós procuramos sozinhos com os bombeiros, foi o coletivo e o Corpo de Bombeiros que fez as buscas sozinhos”, disse.
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Prefeito anuncia totens de segurança para Paranavaí
Na tarde de sábado (15), um dia antes da manifestação, o prefeito de Paranavaí, Mauricio Gehlen, anunciou por meio das redes sociais a contratação de 10 totens de segurança para a cidade, um deles a ser instalado no Bosque Municipal.
Os equipamentos possuem tecnologia de reconhecimento facial e fazem parte de uma estratégia de videomonitoramento já adotada em outras cidades, como Londrina.
A Polícia Civil segue investigando o caso. Até o momento, a causa da morte de Mateus Hillmann não foi oficialmente confirmada.
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