REINALDO SILVA/Da Redação
Os olhares de homens e mulheres sobre a gestão pública são complementares. Eles acham que tudo é resolvido pela razão. Elas são mais emoção. A combinação faz com que a política ande de maneira acessível, pé no chão, real. A análise de Marcia Gehlen vem acompanhada de uma constatação: a participação da mulher na administração municipal é fundamental.
Marcia é esposa do candidato a prefeito de Paranavaí Mauricio Gehlen. Em entrevista aos jornalistas Monique Manganaro e Reinaldo Silva, ela fala sobre a família, o convívio com o marido, as preocupações durante a campanha eleitoral e a necessidade de reativar o Provopar.
Vídeo da entrevista completa:
O bate-papo começa com uma apresentação: “Sou filha, sou esposa, sou mãe, com muito orgulho, sou avó, mais orgulhosa ainda, e professora recentemente aposentada”.
A história com Mauricio Gehlen vem da infância. Os dois nasceram no município de Sarandi, no Rio Grande do Sul. Moraram na mesma rua desde os sete anos de idade e estudaram juntos da primeira à oitava série do ensino fundamental. Tornaram-se melhores amigos.
Os dois deixaram a cidade natal, foram para lugares diferentes, mas jamais perderam contato. “A gente sempre se escrevia, que naquele tempo não tinha a questão de telefone tão acessível como é hoje. Então [era assim que] a gente se correspondia.”
Dia a dia
A amizade se transformou em amor, “que a gente tem até hoje um pelo outro”.
Graças ao companheirismo de uma vida inteira, o convívio é fácil; Marcia e Mauricio se equilibram: ela mais tranquila, ele mais ativo. “Claro que existem diferenças, mas isso nunca foi muito relevante, porque a gente sempre conversou e resolveu.”
Resolveram dividir as tarefas domésticas, dos cuidados com os filhos, ainda pequenos, às atividades do dia a dia. O café da manhã é atribuição dele. Ela cuida mais da casa, gosta de manter a organização, se preocupa com gavetas e armários, faz as compras no mercado.
Mauricio Gehlen ama cozinhar e prepara desde um omelete até um risoto ou um camarão na moranga. “Quando os filhos estão em casa, não é pra mim que eles perguntam o que vai ter de almoço ou de jantar, é pro pai.”
Participação
Se ele participa em casa, Marcia também quer participar da gestão municipal, caso ele seja eleito. “A gente está conversando sobre algumas coisas que eu gostaria de desenvolver na prefeitura”, diz, citando o Provopar. E ela não está sozinha, muitas amigas já manifestaram o desejo de ajudar. “Queremos fazer um trabalho diferenciado.”
A intenção é ir além das ações sociais e do voluntário. Marcia pretende acompanhar de perto as decisões do marido, ouvir, sugerir, contribuir. “Quero participar bastante.”
Marcia entende que mulheres têm mais condições de desenvolver políticas públicas voltadas ao público feminino, mas ainda falta espaço para elas. “As mulheres são poucas na política. A gente precisa incentivar pessoas que são valorosas, que têm qualificações, mas que não querem se envolver na política.”
Tranquilidade
Marcia agora compreende a importância da trajetória política do marido e insiste em caminhar ao lado dele. O momento é de tranquilidade quanto a isso, mas já houve preocupação. Quando Mauricio Gehlen decidiu se candidatar, ela percebeu que a discrição que sempre prezaram estaria em risco. “Nunca fui de me expor muito, então fiquei preocupada.”
Tinha medo de que surgissem mentiras e ataques pessoais. “Você acaba ouvindo coisas que às vezes magoam, porque são inverdades.”
As conversas abertas com o marido, as ponderações sobre as possibilidades e o desejo de fazer mais por Paranavaí levaram Marcia a aceitar a notícia com mais facilidade.
Agradecimento
A entrevista com Marcia Gehlen fecha a série idealizada pela equipe do Diário do Noroeste com as esposas dos candidatos a prefeito de Paranavaí. O objetivo foi apresentar as possíveis primeiras-damas, compartilhar curiosidades e conhecer também diferentes versões dos maridos.
Marcia agradece a oportunidade dada pela equipe do DN. “É um privilégio conversar com vocês, e vocês me conhecerem um pouco melhor também.”
Ao final da conversa, é presenteada com um vaso de flores entregue pela diretora do Diário do Noroeste Bruna Carvalho.