Ouça esse barulho,
Descendo a ladeira,
Anunciando forte;
Badalando campos e árvores,
O sino cruel da morte.
A essência da vida,
Desaba morro abaixo,
Ascendendo a chama ao mundo;
Demonstrando mais uma vez,
Um país nauseabundo.
Da madre a reclama…
Ai meus rios,
Ai meus peixes,
Ai minhas crianças,
Ai meus bichos e plantas,
Ai minha esperança!
Como irei viver,
Nesse tão grande tormento;
Tudo a ruir,
Tudo a desabar,
Nada a usufruir.
Estou me afogando,
Neste lamaçal;
Que corre das más ações,
Do dinheiro que escorre;
Dos que mentem em palavrões.
Minha seiva contaminada,
Da química que me embriaga,
Da lama, dos odores,
Da dominação tirânica,
Toldada nessas flores.
Ai meu céu!
Que jamais verei em cores;
O Sol não nascerá;
A Lua esconderá
E a vida morrerá
Quando por ventura vir,
O porvir que está porvir;
Deitado nessa cama,
Ficarei sem sorrir;
Nesse triste cobertor de lama.
Ai me dói tudo!
11/03/2016
Loanda – Paraná
*Osiaste Tertuliano de Brito é integrante da Academia de Letras e Artes de Paranavaí – ALAP