A McLaren anunciou nesta quarta-feira (24) a rescisão do contrato com o piloto australiano Daniel Ricciardo. Ele vai deixar a equipe ao final da temporada de 2022 da Fórmula 1. Isso deixa as portas abertas para a equipe confirmar a chegada do estreante Oscar Piastri, atual campeão da F2, como titular da equipe. Piastri está no centro de uma disputa entre o time inglês e a Alpine.
O contrato de Ricciardo iria até o término de 2023, mas o CEO da McLaren, Zak Brown, já havia deixado claro haver brechas no acordo para uma rescisão. De praxe, o que acontece nestes casos é o pagamento dos salários do último ano de contrato que não está sendo cumprido. Ou seja, a McLaren desembolsaria cerca de 20 milhões de dólares para fazer a troca.
A McLaren Racing e Daniel Ricciardo concordaram mutuamente que Daniel deixará a equipe no final da temporada de 2022″, disse a McLaren em comunicado.
“A equipe agradece a Daniel por sua dedicação e contribuição, incluindo aquela memorável vitória em Monza. Estamos ansiosos para terminar a temporada fortemente juntos”, acrescentou.
A passagem de Ricciardo na McLaren foi a mais frustrante da carreira do australiano de 33 anos, que começou a ganhar destaque na Fórmula 1 quando bateu Sebastian Vettel em sua primeira temporada na Red Bull, em 2014. Nos anos seguintes, com a chegada de Max Verstappen, ele sentiu que foi perdendo espaço até decidir sair do time ao final de 2018. Na época, a troca de um time que brigava mais à frente pela Renault suscitou dúvidas e Ricciardo não rendeu tanto quanto se esperava no primeiro ano com os franceses.
Mas os pódios em 2020 e o quinto lugar no campeonato de pilotos demonstraram evolução. No entanto, o australiano já estava acertado com a McLaren, equipe para a qual foi a peso de ouro em 2021. Em termos de desempenho, a mudança foi acertada, já que o time inglês bateu confortavelmente os franceses na temporada passada. Porém, em termos de desempenho, Ricciardo ficou aquém do jovem Lando Norris, embora tenha vencido o GP da Itália, em uma dobradinha do time britânico.
Acreditava-se que seria mais um caso de um primeiro ano com dificuldades de adaptação e um segundo ano mais positivo. Porém, isso não vem acontecendo. Com McLaren e agora Alpine brigando palmo a palmo pelo quarto lugar no mundial de construtores, Ricciardo é apenas 12º no campeonato, enquanto Norris é o sétimo. Por várias vezes nesta temporada, o australiano, que é uma personalidade querida dentro do paddock e não tem problemas de relacionamento dentro da McLaren, disse não encontrar o motivo para suas quedas de rendimento.
Entre os engenheiros, o que se comenta é que o piloto não foca tanto em encontrar soluções que possam fazer com que ele entenda o que está acontecendo e possa reagir por meio de seu estilo de pilotagem, e por isso fica devendo em relação a pilotos que conhecem mais sobre o carro como Norris. Agora, fica a dúvida sobre qual será o próximo passo para o carismático australiano. O agora chefe da Alpine, Otmar Szafnauer, já afirmou que receberia o piloto de braços abertos de volta na equipe, embora é de se imaginar que seu valor de mercado esteja bem mais baixo após a passagem pela McLaren. Guenther Steiner, da Haas, também afirmou que a equipe já entrou em contato com o piloto para ocupar a vaga que é hoje de Mick Schumacher.
Na verdade, não há muitas opções para Ricciardo no momento, com a maioria das vagas já fechadas. Uma possibilidade que o australiano sempre levantou foi correr nos Estados Unidos, país em que, inclusive, passou as férias de agosto.
FolhaPress