Aleksa Marques
Da Redação
Ana Laura Pettenuci de 8 anos é moradora de Loanda e sempre foi muito vaidosa e criativa. Desde cedo, confeccionava seus próprios acessórios, como pulseiras, além de itens de decoração. Mas o que sua família não imaginava era que esse hobby se transformaria em uma valiosa ação que ajudaria centenas de crianças.
A troca de escola dos irmãos gêmeos, de 4 anos, inspirou a menina. Um deles é autista e estava passando por dificuldades de adaptação no local de estudo. Ele não conseguia fazer uma de suas atividades favoritas: brincar. Seus pais o transferiram para uma nova escola, o deixando mais calmo e conseguindo superar essa adversidade que gerava mais ansiedade. Ana Laura acompanhou todo o processo.
Inquieta, um dia fez um questionamento para sua mãe, Amanda Pettenuci. Segundo a menina, sua escola tinha um espaço vazio muito grande que daria para construir um parquinho. “Vamos pedir para o vô fazer um?”, perguntou a menina, uma vez que seu avô já havia construído casinhas na árvore, parquinhos e brinquedos.
A mãe, muito sábia, respondeu que não somente força de vontade e o desejo eram necessários para construir um parquinho, mas também recursos financeiros. Para sua surpresa, Ana respondeu: “E se eu vendesse alguma coisa para conseguir o dinheiro?”.
Para não desanimá-la, Amanda respondeu que seria ótimo e que ela estaria ajudando centenas de crianças. O que ela não imaginava era que a filha mais velha desenvolveria pulseiras de miçangas para realmente vender e arrecadar dinheiro para a execução da obra.
“Eu disse que sim, mesmo não acreditando muito que daria certo. Ela começou a pesquisar inspirações de parquinho na internet e chamou empresários na área de marcenaria aqui em casa para pedir ajuda”, conta a mãe. Além de vender sua ideia para eles, conseguiu arrecadar seus primeiros reais com as pulseiras que vendeu naquela mesma noite. Esse foi o início da realização do sonho de Ana Laura, que começou em março deste ano.
O projeto tomou uma proporção enorme. Diversos proprietários de madeireiras da cidade, empresários, voluntários e interessados em contribuir de alguma forma entraram como colaboradores: eles já tinham a mão de obra, as madeiras, as correntes, além de outros brinquedos necessários para o parquinho.
Em agosto, iniciaram as obras e hoje, um mês depois, as crianças podem usufruir de um espaço só para elas graças à iniciativa da pequena menina. “Eu sempre falei para ela que podemos transformar o mundo, só precisamos ter a iniciativa e sem esperar nada em troca. Por menores que sejam as ações, com o tempo elas tomam proporção e, um dia, mudam a vida de alguém”, disse Amanda.
A vontade de seus pais é que a ideia da Ana inspire outras crianças e escolas. Que elas saibam que tudo é possível, desde que acreditem e se unam. “Cremos que essa ação pode impactar outras pessoas a fazerem atitudes como essa”, finaliza Amanda.