REINALDO SILVA
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Desde o início do ano, o preço da tonelada da raiz de mandioca subiu cerca de 30%, passando de R$ 696 para R$ 899, conforme valores cotados diariamente pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). O último reajuste foi registrado no dia 27 de abril, revelando um cenário de estabilidade.
Agricultor de Paranavaí, Victor Vendramin afirma que o preço nominal é excelente, mas o valor pago efetivamente aos produtores é um pouco menor, cerca de R$ 620. “Está difícil para fechar a conta”, lamenta.
Os custos da produção estão mais altos. Vendramin calcula que os insumos tenham ficado três vezes mais caros. O preço do óleo diesel praticamente dobrou. No entanto, o mercado da mandioca não acompanhou essas elevações. Em valores aproximados, o agricultor aponta: em 2013, a remuneração era equivalente a US$ 236 por tonelada, em 2022 está abaixo de US$ 175.
A redução de preços não está descartada, mas Vendramin afirma que não há fundamento de mercado para isso.
O argumento é compartilhado pelo presidente do Sindicato Rural de Paranavaí, Ivo Pierin Junior, que também é diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam) e da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). “O mercado se acomoda por si só. Pode haver pequenas quedas, mas nada consolidado. Não dá para falar em redução.”
De acordo com Pierin Junior, após o longo período de seca que afetou as lavouras de mandioca ao longo de 2021, as condições da raiz estão melhorando, com maior teor de amido. Com a chegada do inverno, a tendência é que a qualidade cresça, ampliando também a oferta de matéria-prima para a indústria.