DOUGLAS GAVRAS
E RUBENS CAVALLARI
DA FOLHAPRESS
A falta que o brasileiro que vive no exterior sente de casa pode ser uma aliada para que as frutas produzidas no país ganhem terreno lá fora.
Segundo produtores e exportadores do setor de fruticultura, o chamado “mercado da saudade” acaba funcionando como uma porta de entrada para que consumidores estrangeiros conheçam e ganhem o hábito de consumir produtos de maior apelo no Brasil.
“O ‘mercado da saudade’ é um incentivo para que a gente leve a outros países produtos típicos de regiões brasileiras. Além das frutas, apostamos em diferentes segmentos, do flocão de milho à cerveja de umbu e ao azeite de licuri”, diz Rodolfo Moreno, diretor de Exportação da Unicafes (União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária) na Bahia.
De olho na crescente leva de brasileiros que foram para Portugal, as cooperativas baianas levaram neste ano ao país europeu uma primeira leva de produtos da agricultura familiar: um contêiner com 12 toneladas. Ao todo, elas esperam mandar mais cinco remessas até o fim do ano.
O estado é um dos oito representados na versão brasileira da Fruit Attraction, que terminou nesta quinta-feira (18) em São Paulo.
Depois de 15 edições, o evento internacional criado para a comercialização de frutas e legumes, ocorre pela primeira vez no Brasil e é organizado pela Ifema Madrid e pela Fiera Milano Brasil.
A versão brasileira era uma demanda de representantes do segmento, que viam um grande potencial de atração de negócios na fruticultura nacional.
O setor vive um momento de expansão após a pandemia: no ano passado, o Brasil ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 1,2 bilhão nas exportações de frutas, um aumento de 26,73% ante o ano anterior.
Em volume, registrou 1,06 milhão de toneladas, alta de 6% em relação a 2022, de acordo com a Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados).
Entre as frutas mais vendidas pelo país, a manga lidera o ranking (266 mil toneladas), seguida pelo melão (228 mil toneladas) e pelo limão (166 mil toneladas).
Os principais destinos são os países da União Europeia (58%), Reino Unido (15%), Estados Unidos (12%), Argentina e Canadá (3%, cada um).