Órgãos alertam população a redobrar cuidados, diante de mortes e casos graves registrados no Brasil
Cibele Chacon – da redação
Os casos recentes de intoxicações por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas clandestinas acenderam um alerta em todo o país. Até agora, já foram registradas pelo menos cinco mortes e mais de 50 casos suspeitos, todos relacionados à ingestão de produtos falsificados ou adulterados. A intoxicação por metanol é considerada uma emergência médica grave, podendo levar à morte ou causar cegueira permanente.
No Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que não há registros de casos confirmados, mas reforçou a importância da prevenção. Segundo a pasta, todos os casos suspeitos devem ser notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, e comunicados de forma imediata à Vigilância Municipal em Saúde.
Sintomas e riscos do metanol
A Sesa detalhou em nota técnica os sinais que podem indicar intoxicação. Entre os sintomas iniciais estão sensação de embriaguez acompanhada de desconforto gástrico, gastrite e alterações visuais, como visão turva ou borrada. Já nos casos mais graves, o paciente pode apresentar convulsões, coma, cegueira permanente e até óbito. O diagnóstico definitivo depende de exames laboratoriais que confirmem acidose metabólica ou a presença da substância no organismo.
Orientações em Paranavaí
Em Paranavaí, o Procon é um órgão que acompanha a situação com atenção. O coordenador Alexandre Costa Santos afirma que, apesar da ausência de registros no Paraná, a prevenção é fundamental. “Embora até o momento não haja registros oficiais no Paraná, o Procon de Paranavaí acompanha com atenção os alertas emitidos em nível nacional. O objetivo é reforçar principalmente a orientação aos consumidores e comerciantes sobre os riscos, prevenindo que situações semelhantes ocorram na região”, destacou.
O chefe do Procon lembra que o Código de Defesa do Consumidor garante o direito à saúde, à segurança e à informação clara, e que toda a cadeia de fornecedores pode ser responsabilizada pela venda de produtos que coloquem a vida em risco.
“Produtos colocados no mercado não podem oferecer riscos à vida ou à integridade física do consumidor. Se isso ocorrer, toda a cadeia de fornecedores pode ser responsabilizada, independentemente de culpa”, explicou.

Como se prevenir
Entre as medidas que podem ajudar o consumidor a identificar possíveis adulterações estão: verificar se a embalagem está intacta, checar se o rótulo contém todas as informações obrigatórias — como registro no Ministério da Agricultura, CNPJ do fabricante e lote —, exigir a nota fiscal e desconfiar de preços muito abaixo do mercado.
“Embora testes laboratoriais sejam a forma definitiva de confirmar a adulteração, há sinais práticos que podem indicar fraude: lacres tortos, garrafas com defeito, rótulos com erros de impressão, divergência entre lote e nota fiscal, odor estranho ou preço muito baixo”, alertou Santos.
Em caso de suspeita, a recomendação é interromper imediatamente o consumo e acionar a Vigilância Sanitária, a Polícia Civil e o Procon.
“O ideal é que o consumidor comunique o mais rápido possível às autoridades. Assim, evitamos que outras pessoas também corram riscos”, completou o coordenador.
Fiscalização e penalidades
O Procon de Paranavaí também estuda ações preventivas em estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, com foco na orientação sobre notas fiscais, procedência e condições de armazenamento. “Nosso trabalho é principalmente orientativo, mas diante dos casos registrados em outros estados, a tendência é intensificar as fiscalizações”, afirmou o coordenador.
Os estabelecimentos flagrados comercializando bebidas adulteradas podem sofrer multa, apreensão dos produtos e até interdição. Além disso, adulterar ou vender bebidas impróprias é crime previsto no Código Penal e pode resultar em até oito anos de prisão.
Para a população, a recomendação é clara: “Compre apenas de fornecedores idôneos, sempre exija a nota fiscal, confira as informações no rótulo e evite consumir produtos de origem duvidosa. Em caso de suspeita, não consuma e denuncie imediatamente”, concluiu o coordenador do Procon de Paranavaí.