ADÃO RIBEIRO
Vereador de Paranavaí afastado por conta de uma investigação envolvendo o decoro parlamentar, Roberto Cauneto Picoreli (Pó Royal), é pré-candidato a deputado federal. Nesta condição ele visitou a redação do Diário do Noroeste na última sexta-feira e falou das suas propostas e também se defendeu.
Sobre as denúncias de ameaça a perseguição a mulheres justifica que não há provas e que se trata da sua vida particular, sem qualquer relação com o mandato. Informou que ingressou na Justiça contra o afastamento de 90 dias. Alega, entre outras coisas, que o período máximo constitucional é de 21 dias.
Ele credita todo o processo que está sofrendo a uma perseguição política, justamente por ter se lançado postulante a uma cadeira na Câmara dos Deputados, o que estaria contrariando interesse do que considera a elite política da cidade. Em tom messiânico, diz que a sua defesa está baseada na justiça divina e na justiça dos homens. Aliás, na justiça humana já recorreu, pedindo o retorno às atividades parlamentares.
Voltando à carreira política do parlamentar, Pó Royal se elegeu vereador mais votado da cidade em 2008 com 2.806 eleitores. Quatro anos depois saltou para 3.580 votos, mais uma vez o primeiro colocado. Depois, partiu para o desafio da candidatura de deputado estadual, atingindo 35.626 votos em 2014 e não se elegeu. Em 2018 viu a votação minguar para 15.116 quando pleiteou novamente a cadeira na Assembleia Legislativa. No ano de 2020 retornou para a Câmara de Paranavaí, agora com 1.611 votos.
Em pré-campanha – Dois anos após ocupar a Câmara de Paranavaí mais uma vez, Pó Royal, após vencer os entraves jurídicos, pretende disputar uma vaga de deputado federal. Ele justifica a sua escolha audaciosa no fato de que as verbas principais estão em Brasília. Lembra que cerca de 70% do dinheiro da Saúde está na capital federal e, por isso, a decisão pelo novo desafio, agora filiado ao União Brasil.
Segundo ele, o campo para trabalhar é amplo, indo de Santo Inácio a Guaíra. Acredita na vitória com cerca de 50 mil votos. (Por se tratar de eleição proporcional, o cálculo é sempre uma estimativa). A sua plataforma é baseada nos setores social e saúde. Pó Royal diz que sua preocupação tem a ver com as origens, já que vive todos os desafios que o pobre passa para sobreviver. Como defende, o pobre quer apenas trabalhar e sustentar a sua família, tendo saúde e serviços de qualidade.
Por isso, o postulante quer a descentralização dos serviços, oferecendo saúde mais perto das casas das pessoas. Ele exalta o trabalho a Santa Casa de Paranavaí, mas avalia que ela precisa de mais recursos. Por outro lado, a região necessita de estruturas de atendimento de menor complexidade, deixando para a Santa Casa o foco na chamada alta complexidade, ou seja, os casos mais delicados de saúde.
Reforçando a mensagem da necessidade de um deputado federal, Pó Royal lembra que cada parlamentar tem R$ 22 milhões em emendas para destinar para a sua região. Além disso, há outras fontes que podem ser buscadas junto aos ministérios.
No setor de infraestrutura, Pó Royal defende a duplicação da BR-376 e o acesso ao Mato Grosso do Sul, via ponte. Na mesma linha, pede obras de melhorias na PR-218, entre Paranavaí e o Distrito de Graciosa. Avalia que se trata de uma via perigosa que poderia ser melhorada. Sem contar a necessidade de trevos de acesso, reduzindo o risco nos retornos.
Por fim, defende que o orçamento seja apresentado diretamente para a População. Nesta perspectiva, caberia ao Poder Executivo fazer a obra e ao Poder Legislativo a fiscalização. Pó Royal é defensor, portanto, do chamado orçamento participativo. “O povo sabe das suas necessidades”, ponderou.
Na visita ao Diário do Noroeste o pré-candidato estava acompanhado do assessor Sérgio Luiz Carlos dos Santos. Entrevista concedida na tarde da última sexta-feira, 27 de maio de 2022.