MÔNICA BERGAMO
DA FOLHAPRESS
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro cobrou ações do Itamaraty no caso das duas brasileiras presas há mais de um mês na Alemanha por tráfico de drogas após as etiquetas de suas bagagens serem trocadas.
A mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhou uma reportagem do caso em suas redes sociais nesta segunda-feira (10) e pediu que seus seguidores também cobrassem medidas do Ministério das Relações Exteriores do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Até agora nada! Marquem o @itamaratygovbr [conta oficial da pasta] para solucionar o problema das nossas brasileiras”, escreveu.
A empresária Kátyna Baía, 44, e a mulher, Jeanne Paolini, 40, foram presas no dia 5 de março ao chegar ao aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, onde fariam uma escala antes do destino final, a capital Berlim.
A acusação era de que estariam levando 40 kg de cocaína na bagagem despachada –mas as malas não eram delas, segundo a PF (Polícia Federal).
O caso disparou uma investigação que culminou, na última semana, na prisão de seis suspeitos na Operação Iraúna. A PF aponta que o método de ação dos narcotraficantes consiste em retirar aleatoriamente etiquetas de bagagens despachadas e colocá-las em malas contendo drogas.
O inquérito apontou a inocência de Kátyna e Jeanne, incluindo imagens que comprovariam que as bagagens despachadas por elas no aeroporto de Goiânia tiveram as etiquetas trocadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), onde fizeram escala.
Os resultados da investigação brasileira foram encaminhados para a Justiça alemã na última quinta-feira (6), como informado nas redes sociais pelo secretário Nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho. No dia anterior, uma audiência de custódia manteve a prisão das brasileiras, que estão detidas há mais de um mês.
Como mostrou a Folha, as brasileiras relatam demora da Justiça alemã e falta de acesso a remédios. Procurado, o Itamaraty afirma que “está em contato com as autoridades locais pertinentes e presta assistência consular às nacionais brasileiras”.
O ministério também diz, em nota, que informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos.
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