O Ministério da Agricultura e da Pecuária alterou o calendário da semeadura de soja no Paraná. A Portaria 866/2022, publicada nesta sexta-feira (15), é resultado de apelos e de comprovação técnica perante a Secretaria de Defesa Agropecuária, particularmente pelas entidades públicas e privadas representativas da Agricultura dos três estados do Sul, de que a ampliação no prazo seria benéfica para os produtores e não prejudicaria o combate à ferrugem asiática.
O prazo definido em 7 de julho era de que o plantio começaria em 11 de setembro com término em 19 de dezembro. Na safra anterior esse período se estendeu até 31 de janeiro. O novo documento estabelece escalonamento conforme a região permitindo que em algumas, como o Sul e Centro-Sul, a semeadura possa ser feita até 18 de janeiro, enquanto no Sudoeste vai até 15 de janeiro e no restante do Estado até 20 de dezembro.
A portaria anterior retirava 43 dias do calendário e prejudicava parte dos agricultores que ficavam impossibilitados de plantar cinco safras em dois anos.
“O Paraná sempre foi muito duro no enfrentamento da ferrugem da soja, foi o primeiro Estado a fazer o vazio sanitário, a integrar o consórcio antiferrugem, a conquistar o direito de cultivar entendendo as diversas realidades”, ponderou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
“Tínhamos apaziguado isso no Paraná com o calendário até final de janeiro, mas a medida de julho causou um estrago no planejamento dos agricultores”, disse Ortigara. “Agora se restabelece certa normalidade permitindo que o Paraná cubra 29% de seu território com soja e, se tudo correr como esperamos, que seja uma safra boa”.
O presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, salientou que, tão logo foi publicada a portaria de 7 de julho, o setor técnico do Estado, tanto na área pública quanto privada, se mobilizou para preparar uma proposta documentada e reforçar a necessidade de alterações. Ao mesmo tempo foi estreitado o contato com lideranças políticas e do segmento técnico dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que passaram a agir em parceria
“Convencemos o ministro Carlos Fávaro e dialogamos muito com os técnicos do ministério mostrando que havia necessidade de ouvir todas as partes envolvidas para corrigir o equívoco que se criara”, disse Martins. “Felizmente o ministério entendeu a realidade, possibilitando que os produtores planejem melhor as ações e a Adapar possa agir com o rigor e com o apoio que sempre exerceu”.