REINALDO SILVA – reinaldo@diariodonoroeste.com.br
Os moradores querem um ambiente agradável e seguro, mas convivem com uma série de dificuldades. Apontam que a falta de intervenção do poder público tem incomodado a comunidade nas proximidades do Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa, em Paranavaí. Reclamam especificamente das condições da Praça Rodrigo Ayres de Oliveira.
O teatro fica na região central da cidade, onde estão instaladas escolas e empresas comerciais e prestadoras de serviços. Ali também estão os Vizinhos Solidários do Teatro Municipal, um grupo formado por dezenas de participantes que ajudam a cuidar do bairro e atuam em diferentes causas sociais.
Eles se encontram na praça do teatro para uma conversa com o Diário do Noroeste e falam da importância do espaço público como ambiente de lazer. Os pais aproveitam a luz do dia e levam as crianças para brincar. Pessoas fazem caminhada. Tutores passeiam com os animais de estimação.
O maior problema chega ao pôr do sol. Sem a manutenção adequada no sistema de iluminação pública, a praça do teatro permanece escura durante a noite. “É um breu. Tenho medo de chegar em casa”, desabafa Fernanda Scolari.
Beatriz Kirchner, a Bia, explica que o problema começou em novembro de 2023. Os Vizinhos Solidários fizeram pedidos para a Prefeitura de Paranavaí, mas só foram ouvidos dois meses depois e a praça do teatro estava mais uma vez iluminada.
Na semana passada, porém, as luzes se apagaram de novo. “Se não tem iluminação, quem passa por aqui corre o risco de ser assaltado. Pode haver consumo de drogas. Estamos com medo”, lamenta Bia.
Obras – A escuridão não é o único motivo da preocupação dos moradores. O Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa está em obras e, como não poderia ser diferente, os trabalhos exigem intervenções estruturais.
Algumas valetas precisaram ser abertas em volta do prédio e a terra exposta é arrastada para as vias públicas sempre que chove. A lama invade o asfalto, escorre para as bocas de lobo e alcança imóveis comerciais e residenciais, apontam. Os buracos abertos para a reforma também podem causar acidentes.
O teatro permanece fechado desde fevereiro 2018 por falta de equipamentos adequados de segurança e de prevenção de incêndio. As obras só começaram efetivamente em janeiro de 2023.
Atraso – Em dezembro do ano passado, o prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes (KIQ) falou ao Diário do Noroeste sobre o tema. “O teatro está em obras e a empresa atrasou um pouco.” Naquela ocasião, KIQ ventilou a possibilidade de abrir um processo administrativo para cobrar a retomada dos trabalhos.
A empresa é a mesma que atua na construção dos quiosques na Praça dos Pioneiros, onde funcionará a vila gastronômica. Também lá houve atraso, com aplicação de multa.
“O que a gente espera é que finalizando a obra da Praça dos Pioneiros, destaque os funcionários para incrementar a mão de obra e finalizar o teatro”, disse o prefeito.
Quando conversou com o Diário do Noroeste, KIQ não estabeleceu prazo para o fim da reforma no teatro municipal.
“A gente depende de terceiros e a empresa pode pedir novo prazo. O que a gente não quer é ter que rescindir o contrato e refazer a licitação. A gente quer que termine o mais rápido possível e da melhor forma também.”
Pedido – Segundo os vizinhos solidários, a reclamação sobre a manutenção da Praça Rodrigues Ayres de Oliveira nada tem a ver com a reforma do teatro. Os moradores reconhecem a necessidade de garantir que o espaço seja readequado para receber eventos culturais.
O apelo que fazem questão de reforçar é que a iluminação pública seja restabelecida e que a área pública se mantenha limpa e organizada como ambiente propício para a população. Os Vizinhos Solidários garantem que a reclamação não é um ataque ao poder público, mas um pedido de socorro da comunidade.
“Moro aqui há 38 anos. Escolhi este bairro por causa da praça. Era um lugar cheio de vida, agora está morto. Dá tristeza olhar”, lastima Ilizamar Scolari.
Bia Kirchner conclui: “Nós queremos fazer o bem e melhorar nosso bairro, nossa cidade, nosso estado. A gente trabalha para isso”.
Esta semana, o Diário do Noroeste entrou em contato com a Secretaria Municipal de Comunicação, solicitou informações sobre a manutenção da praça do teatro e aguarda resposta.