REINALDO SILVA
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O lixo extrapola os limites do terreno, invade a calçada pública e avança na direção da rua. Não é a primeira vez que os moradores da Vila Operária, em Paranavaí, reclamam da situação e temem que não seja a última. A população quer o problema solucionado.
Na tarde desta terça-feira (27), um grupo recorreu ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) e reiterou o pedido de ajuda. Recebidos pelo promotor Robertson Fonseca de Azevedo, os representantes da comunidade revelaram insatisfação frente à falta de medidas práticas.
“Não dá mais para levar essa situação da maneira que foi levada até agora. A população da Vila Operária sofre muito. Precisamos, de fato, dar solução para esse problema”, desabafou Clodoaldo Caetano de Moraes.
Já são mais de 40 anos convivendo com o lixão a céu aberto.
Lídia Rodrigues dos Santos contou que o cenário é ainda pior após os finais de semana, quando volumes maiores de lixo são descartados no “Buracão” da Vila Operária. Só para dar alguns exemplos, citou os sofás e o colchão deixados recentemente na calçada.
Ela lembrou que desde 2014 pede que o MP-PR intervenha no caso e insistiu que de lá para cá a Prefeitura de Paranavaí não apresentou qualquer projeto de revitalização do terreno.
Em nome da Central dos Movimentos Populares de Paranavaí, o professor Carlos Alberto João ofereceu apoio à comunidade da Vila Operária, inclusive se houver interesse em ajuizar uma ação popular.
O promotor solicitou que os moradores registrem todos os fatos, em fotos e vídeos, preferencialmente datados, a fim de reunir informações e levar à próxima audiência para tratar sobre o “Buracão”, marcada para 18 de março pela juíza Maria de Lourdes Araújo.
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
No dia 29 de janeiro deste ano, a juíza conduziu uma audiência de conciliação que colocou frente a frente Robertson Fonseca de Azevedo e o procurador do Município Washington Aparecido Pinto.
Na ocasião, ela determinou que a Prefeitura de Paranavaí apresentasse, em 30 dias, um plano de gestão do “Buracão” da Vila Operária. O prazo vence este mês.
O documento precisa conter medidas práticas para reduzir o descarte irregular de resíduos sólidos no local. Entre os itens listados durante a audiência de conciliação estão: reparos no gradil e no portão de acesso, instalação de câmeras de vigilância e definição de horário de funcionamento.
Durante a audiência de conciliação, o procurador do Município informou que parte das determinações já estava em andamento e poderia ser resolvida antes mesmo do limite de 30 dias, caso do conserto do alambrado que cerca o terreno e da instalação de câmeras de vídeo.
Na tarde de ontem, após a reunião dos moradores com o promotor, a equipe do Diário do Noroeste passou pelo terreno e constatou que nenhuma das situações tinha sido resolvida ainda.