A morte por Covid-19 de Kelly Cristina Antônio, agente de combate às endemias da Prefeitura de Paranavaí, na última quarta-feira (18), gerou grande repercussão no município. Familiares da vítima acusam o sistema de saúde de negligência no atendimento.
De acordo com uma prima da vítima, Tay Loureiro, Kelly teria procurado a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a Unidade Básica de Saúde (UBS) por vários dias, mas enfrentou dificuldades para ser atendida. Segundo ela, a vítima foi internada na noite de terça-feira à noite (17) e morreu no início da tarde do dia seguinte. “Ela teve que implorar por um atestado médico e por um exame de Covid, que ela já suspeitava que tinha”, disse.
Segundo Tay, Kelly teria sido intubada ainda na UPA e transferida para a Santa Casa, onde aguardava vaga na UTI. Ainda de acordo com a prima, Kelly já apresentava sintomas graves no domingo anterior à internação, mas ao procurar a UPA na terça-feira pela manhã, foi liberada e mandada de volta para casa. Somente à noite, após ser levada de ambulância pelo SAMU, o caso teria sido levado à sério na UPA, onde o médico a encaminhou para a Santa Casa. “Ela foi internada na enfermaria, já intubada, e ficou esperando vaga na UTI. Se tivessem internado ela antes, talvez ela estivesse viva. Eu sei que Covid mata, mas ela era forte, e quando procurou ajuda ainda estava bem”, lamentou a prima.
Kelly Cristina Antônio deixa três filhos, de 17, 12 e 6 anos. De acordo com o setor de imunização do município, a agente de saúde havia recebido sua última dose de vacina contra a Covid-19 em 2022 e teria recusado o reforço mais recente e a vacina contra a cepa circulante.