Quando chegou a Paranavaí, em 1995, Rita de Cássia Marciano queria empreender. Ser dona do próprio negócio parecia a melhor maneira de permanecer no Brasil e não precisar voltar ao Japão.
Não havia casas de frango na cidade, por isso decidiu investir. Desde então, alimentou um sonho: ver a produção extrapolando os limites de Paranavaí e chegando a outros municípios.
O primeiro ponto de vendas ficava na esquina das ruas Getúlio Vargas e Guaporé, na região central. Ali, Rita dava os primeiros passos de uma jornada que, anos mais tarde, a levaria à realização profissional.
As dificuldades no caminho moldaram a história de vida da empresária e ajudaram a construir trajetória de sucesso da Casa de Carnes Piko’s Frangos.
A proposta inicial era vender dois tipos de frango, picado e assado recheado com farofa, mas Rita não sabia como fazer os cortes, tampouco conhecia receitas para fazer o recheio. O dia da inauguração se aproximava e ela teve de aprender tudo, quase que às pressas, e assim finalizar os produtos a tempo.
Ao relembrar o episódio, comenta:
“Depois que fiz a primeira farofa, me propus: ‘Agora vou aprender’. Foi o empurrão que eu precisava para realmente melhorar”.
Pouco a pouco, Rita descobriu técnicas de preparo e acrescentou sabores aos frangos picados e assados. Os ajustes culinários impulsionaram o movimento e logo surgiu também a demanda por carne vermelha.
A casa de frangos se transformou em açougue e teve mais dois endereços, um deles, no encontro das ruas Getúlio Vargas e Luiz Spigolon, onde permaneceu por um ano. O espaço era alugado, e o fim do contrato obrigou a procura por outro ponto; oportunidade para comprar o próprio prédio, agora na esquina da Manoel Ribas com a Edson Martins.
A aquisição do imóvel trouxe perspectivas diferentes, e Rita passou a produzir alimentos pré-prontos – bife empanado, almôndega, hambúrguer… O objetivo era ajudar principalmente as mulheres que buscavam refeições de preparo rápido para equilibrar a correria diária.
Durante toda essa jornada, a empresária priorizou diferentes aspectos de sua vida: o casamento, a educação da filha Mariana Tami Marciano Harada, hoje formada em Medicina, o atendimento aos clientes.
Por mais de 20 anos, esqueceu-se de si mesma e dos próprios sonhos. Era chegada a hora de se colocar em primeiro lugar. E foi o que ela fez.
Os incontáveis testes para chegar à receita perfeita de hambúrguer proporcionaram resultados de excelência, e – não poderia ser diferente – os consumidores gostaram muito do produto. A resposta positiva reacendeu o sonho adormecido de Rita, que voltou a desejar a expansão das vendas para além dos limites municipais – só que em vez do frango assado, que era a ideia lá no começo, seria o hambúrguer, o Pikosburg.
Buscou incansavelmente a certificação necessária para vender alimentos de origem animal em todo o território paranaense. Depois de muita burocracia, venceu mais essa etapa e hoje é uma das únicas de Paranavaí a integrar o Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf).
O comércio de hambúrgueres e almôndegas ainda está em fase de desenvolvimento, mas Rita sabe que não há limites para quem sonha alto.
Baseia-se na fé para motivar outras mulheres:
“Nunca desista dos seus sonhos. Por mais que o meu tenha ficado adormecido, ele estava ali. Se Deus coloca um sonho no seu coração, com certeza você pode realizá-lo. Basta acreditar. Isso se chama fé”.
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