Assessoria Prefeitura
O município de Paranavaí, por meio da Secretaria de Esportes e Lazer (Semel), realizou uma pesquisa técnica/científica sobre as Academias ao Ar Livre, popularmente conhecidas como ATIs. O município tinha como intenção descobrir os valores gastos, se houve estudos para instalação dos equipamentos, qual a utilidade das ATIs nos dias de hoje e se há impacto direto na vida da população.
O começo – Inicialmente, as ATIs foram trazidas para Maringá no ano de 2006. Os modelos trazidos ao Brasil vinham de uma versão chinesa existente desde 1996 nas praças de Pequim com resultados bastante positivos, de acordo com as autoridades de saúde locais.
As ATIs foram implantadas pela Prefeitura de Maringá por meio de parceria entre a Secretaria de Saúde, Secretaria de Esportes e iniciativa privada, que financiavam a compra dos equipamentos. A responsabilidade do município era vinculá-las ao Programa Maringá Saudável (PMS), através de uma de suas ações denominadas Espaço Saúde.
As mudanças – Ao contrário de sua essência, quando eram vinculadas a um projeto de saúde e instaladas apenas em locais de prática de exercícios físicos ou Unidades Básicas de Saúde (UBS) e orientados por profissionais de saúde, atualmente as ATIs passaram a ser adquiridas sem que fossem respeitadas essas prerrogativas em todo o Brasil.
Paranavaí conta hoje com 30 ATIs espalhadas entre 20 bairros e distritos e nenhuma está vinculada a projetos de saúde ou conta com orientação de profissionais de educação física. Além disso, quase todas estão instaladas em locais onda não há pratica de exercícios físicos ou vinculadas a Unidades Básicas de Saúde.
Para efeito de comparação, enquanto Paranavaí conta com 30 ATIs para uma população de aproximadamente 88 mil pessoas (uma ATI para cada 3 mil habitantes), Curitiba, que tem aproximadamente 2 milhões de habitantes, possui 265 ATIs (uma ATI para cada 7.540 pessoas). Ou seja, proporcionalmente, Paranavaí tem 2,5 vezes mais ATIs em relação a capital.
O equipamento conta com 10 peças e tem um custo de R$ 33,6 mil. Não está incluso neste valor a preparação do terreno e custo com a instalação, por isso, o valor pode chegar a R$ 40 mil. Como Paranavaí possui 30 equipamentos, são mais de R$ 1,2 milhão imobilizados que ficam expostos ao mau uso e vandalismo.
O que o município fez – O último orçamento realizado pela Prefeitura de Paranavaí consta que o valor de manutenção das peças foi de R$ 154,2 mil por ano.
Atualmente, os equipamentos são utilizados pelos núcleos do projeto “Paranavaí + Saudável” e o Programa Multiprofissional de Tratamento a Obesidade (PMTO), que contam com a orientação para o exercício físico realizada por profissionais de educação física.
“Nessa primeira parte do estudo realizamos o diagnóstico das ATIs, localização, estado de conservação, peças instaladas e fizemos algumas observações” afirma o secretário de Esportes e Lazer, Rafael Octaviano.
Foram quatro ATIs avaliadas como em “péssimo estado”, sete como “ruins”, quatro como “regulares” e 15 em “bom estado”. O motivo para algumas ATIs estarem em estado “ruim” e “péssimo” são a má localização, o tempo de uso e o vandalismo.
“São 222 peças instaladas, com 193 atualmente em condições de uso. As 29 peças que estão sem condições de uso já estão sendo catalogadas para serem arrumadas no local ou retiradas para conserto em locais específicos conforme a necessidade”, disse Rafael.
Para o secretário, “não se trata de transformar as ATIs em inimigas da sociedade, porém, é necessário refletir que elas surgiram há 15 anos para resolver falhas de mercado que já não existem com tanta intensidade”, completa.
Estudos comprovam que os equipamentos mais utilizados são os que simulam a caminhada. Neles, os idosos que praticam exercícios físicos em centros esportivos possuem melhor percepção da qualidade de vida se comparados aos idosos praticantes em ATIs que os equipamentos com melhores pontuações em avaliações se localizam em áreas centrais e com maior atratividade para a prática. Portanto, pelo seu custo, algumas ATIs podem ser realocadas ou substituídas por outros projetos.
A segunda parte da pesquisa, que já está ocorrendo, envolve uma revisão da literatura para buscar exemplos de sucesso das ATIs no Brasil, paralelamente ao reparo das peças danificadas.
Por fim, serão elaborados ou apresentados projetos que visem o atendimento desse público em específico, com custos que devem diminuir significativamente os valores com aquisição, instalação, manutenção dos equipamentos e projetos.
A realocação de ATIs dos locais com pouca utilização ou vandalismo, e a busca por parceiros como as instituições de ensino superior para subsidiar um projeto com os demais equipamentos sob orientação de profissionais de educação física e saúde também serão avaliados.