REINALDO SILVA
reinaldo@diariodonoroeste.com.br
Prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais de Saúde do Noroeste do Paraná se reuniram na manhã de sexta-feira (20) a fim de avaliar a efetividade do contrato para a realização de cirurgias eletivas na Unidade Morumbi da Santa Casa, em Paranavaí. Questionaram os trâmites burocráticos do processo e pediram mais celeridade.
A presidente do Conselho Regional de Secretários Municipais de Saúde (Cresems), Andréia Vilar, de Paranavaí, explicou que as cirurgias eletivas em questão são exclusivas para pacientes cadastrados no Sistema de Gestão da Assistência de Saúde do SUS (GSUS). No entanto, nem todos estão incluídos no banco de dados e, por isso, os encaminhamentos são interrompidos. “Se não estiver cadastrado, não opera.”
O GSUS tem como propósito disponibilizar mecanismos de gestão dos serviços de assistência de saúde ambulatorial e hospitalar. O intuito é extinguir o uso do papel e da caneta na hora de cadastrar um novo paciente, abrir prontuários, checar informações, controlar agendas médicas, entre outras funcionalidades de uma unidade hospitalar.
Ocorre que o número de consultas médicas através do GSUS é menor que o de cirurgias previstas para o mês. São, respectivamente, 170 e 312. A conta não fecha.
O presidente da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (Amunpar), Julio Leite, prefeito de Terra Rica, garantiu que buscará junto ao Governo do Estado maneiras de ampliar a quantidade de consultas pelo GSUS e, assim, atender a demanda de toda a região.
Julio Leite se comprometeu a ir a Curitiba e conversar com o secretário estadual de Saúde, César Augusto Neves Luiz, com o intuito de reavaliar os termos do convênio firmado entre o Governo do Paraná, o Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS/Amunpar) e a Santa Casa. “Precisamos resolver de forma definitiva o problema das cirurgias.”
O prefeito de Inajá, Cleber Geraldo da Silva, pontuou dificuldades que o município enfrenta para garantir que os pacientes cheguem às cirurgias eletivas. No primeiro mês de funcionamento da Unidade Morumbi, foram realizados apenas dois dos quatro procedimentos previstos. Quem está na fila de espera tem pressa e não pode ser penalizado pela burocracia. “Nossa expectativa era resolver os problemas dos municípios, mas não está acontecendo”, lamentou.
Contrato – O funcionamento da Unidade Morumbi depende de repasses do Governo do Estado e dos municípios, através do CIS/Amunpar, somando aproximadamente R$ 14,2 milhões ao ano. O convênio prevê 312 cirurgias eletivas ao mês, distribuídas proporcionalmente entre as prefeituras.
Neste primeiro momento, são 38 leitos em funcionamento – a capacidade total é de 108, exclusivamente para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Um levantamento do CIS/Amunpar, apresentado na reunião de sexta-feira por Isabel Vasconcelos, revela que no primeiro mês, a Unidade Morumbi realizou 98 procedimentos e contabilizou 45 cancelamentos. Diante dos números, ela também falou sobre corrigir os entraves burocráticos.
Outro ponto em destaque foi a preparação dos pacientes por parte dos munícipios. Quando chegam à Santa Casa para as cirurgias, é necessário que estejam com os exames atualizados em mãos, tarefa que cabe às secretarias municipais de Saúde. Em casos de dificuldades, é possível recorrer ao CIS/Amunpar e pedir ajuda.
Regional de Saúde – A regulação das vagas passa pela 14ª Regional de Saúde, representante do Governo do Estado no Noroeste do Paraná. Ontem, a equipe do Diário do Noroeste tentou contato com o chefe da Regional de Saúde, Nivaldo Mazzin, mas não conseguiu.
Desenvolvimento regional
Lideranças do Noroeste do Paraná se reuniram em Paranavaí na manhã de sexta-feira. Conversaram sobre saúde, meio ambiente e prestação de contas municipais. O encontro foi ocasião para falarem, também, sobre desenvolvimento regional.
O presidente da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (Amunpar), Julio Leite, prefeito de Terra Rica, informou que as regionais de Campo Mourão, Cianorte, Maringá, Paranavaí e Umuarama desenham uma aproximação política que garanta maior representatividade na busca por recursos.
A macrorregião reivindicaria, em uníssono, investimentos em infraestrutura, agropecuária e turismo, entre outros setores. De pronto, Julio Leite enumerou alguns tópicos que serão levados como necessidades primárias para o Noroeste do Paraná: duplicação da BR-376, trecho entre Paranavaí e São Pedro do Paraná; exploração do potencial turístico; programas de irrigação no campo; e incentivos fiscais para a instalação de novas indústrias.
Presidentes das associações de municípios e prefeitos deverão se reunir na próxima semana para tratar do assunto.