REINALDO SILVA
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A queda gradativa nos casos de dengue tirou os municípios do Noroeste do Paraná da condição de epidemia. Na semana passada, a região teve apenas 26 confirmações da doença, número significativamente menor do que em maio, que chegou a ter 859 diagnósticos positivos em uma semana.
O chefe regional da Divisão de Vigilância em Saúde, Walter Sordi Junior, apontou fatores que contribuíram para o novo cenário, fora do quadro epidêmico.
O primeiro foi a aplicação de veneno para eliminar o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. A ação alcançou 14 municípios: Alto Paraná, Amaporã, Inajá, Jardim Olinda, Loanda, Marilena, Nova Londrina, Paraíso do Norte, Paranavaí, Porto Rico, Santa Isabel do Ivaí, São Carlos do Ivaí, São Pedro do Paraná e Terra Rica.
Sordi Junior destacou que a maioria tem respondido de maneira positiva à recomendação de intensificar as estratégias de prevenção, com eliminação de criadouros do Aedes aegypti e fiscalização contínua.
Apesar dos esforços, o poder público não tem estrutura suficiente para manter o ritmo de trabalho por longos períodos. Por isso, o chefe regional da Vigilância em Saúde sugere que entidades de classe e grupos da sociedade civil se mobilizem. Todas e quaisquer atividades são bem-vindas, pontuais ou de longa duração.
“O problema é sério, não é fácil controlar o índice do vetor sem a participação de todos.” Quando disse “índice do vetor”, Sordi Junior se referiu à quantidade de agentes transmissores da doença, no caso da dengue, o Aedes aegypti.
O levantamento de infestação mais recente mostrou que a maioria dos municípios do Noroeste do Paraná chegou à classificação de médio ou baixo risco. Alto Paraná, Amaporã, Guairaçá, Itaúna do Sul, Jardim Olinda, Loanda, Mirador, Nova Aliança do Ivaí, Paraíso do Norte, Paranavaí, Porto Rico, Santa Cruz de Monte Castelo, Santa Isabel do Ivaí e Tamboara registraram índices entre 1 e 2, sendo 1 apontado como máximo tolerado.
Ter o cenário mais favorável do que nas semanas anteriores não é sinal de que o problema acabou. Ao contrário, os registros constantes de casos positivos revelam que ainda há circulação viral e que “pode começar tudo de novo rapidamente”, alertou Sordi Junior.
Desde 1º de agosto de 2021, período epidemiológico estabelecido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Noroeste do Paraná teve duas mortes provocadas por dengue, uma em Paraíso do Norte e outra em Santo Antônio do Caiuá. No mesmo intervalo de tempo, a região atingiu a marca de 3.845 casos positivos da doença.