Cibele Chacon – da redação
Na última sexta-feira (16), o motorista de um ônibus escolar, Diogo Vicente de Souza, conhecido como Guinho, agiu rapidamente e conseguiu retirar 13 crianças do veículo momentos antes de ele ser consumido pelo fogo. O incidente foi registrado no município de Diamante do Norte e nenhuma criança ficou ferida.
Tudo começou por volta das 12h20, quando Guinho chegou à Vila Rural, parte de sua rota diária. Segundo o motorista, o ônibus parou completamente ao permitir que uma criança subisse a bordo.
“Achei estranho. As crianças brincaram dizendo que o ônibus tinha ‘morrido’ e que não iríamos mais à escola, mas eu disse que ainda iríamos sim”, conta o motorista.
Momentos depois, ele notou uma pequena fumaça saindo da parte dianteira do ônibus, perto do motor. “Levantei a tampa do compartimento de água do radiador e vi um foco de incêndio. Abaixei a tampa de novo e, sem me apavorar, disse: ‘Crianças, vamos descer porque o ônibus parou e eu não sei o que pode ser. Talvez tenha que chamar outro ônibus’”, relatou.
Mantendo a calma para não assustar as crianças, ele sugeriu que todos descessem do ônibus. “Como tinha crianças de 3 a 4 anos, fiquei com medo de alarmar e que os maiores tentassem sair correndo, o que poderia machucar os menores”, explicou.
Após garantir que todas as crianças estavam em uma área segura, o motorista tentou apagar o fogo com o extintor do ônibus, mas sem sucesso. “Aquele momento foi muito rápido, mas eu sabia que as crianças só poderiam contar comigo. Não me sinto herói, pois fiz o que qualquer pai faria. Para mim, as crianças são as maiores riquezas que um pai e uma mãe têm nesta vida”, disse Guinho, pai de três filhos.
O prefeito de Diamante do Norte, Eliel Correa, informou que, após o incêndio, o município recebeu um ônibus emprestado para continuar o transporte dos alunos. O veículo destruído havia passado recentemente por manutenção e estava segurado. Uma equipe da prefeitura esteve no local para apagar as chamas, e a principal suspeita é que um problema elétrico tenha causado o incêndio.
Guinho, que trabalha como motorista escolar há apenas dois meses, destacou que os cursos de emergência que realizou foram fundamentais para manter a calma durante o incidente. “Os cursos nos ensinam que a primeira coisa é manter a calma para ajudar as pessoas. Foi o que eu fiz”, concluiu.