Renato Benvindo Frata
Falo do texto de J.E. Conti, engenheiro, consultor, escritor e empresário denominado “O dragão e a pedra de sapato”, de abril-21 que traz em maneira fácil de compreender o intrincado embloglio criado especialmente pelos Estados Unidos ao explorarem, primeiro, a mão de obra barata da China desde os finais do século passado, acabando por criar o “Dragão Chinês” e, em segundo, também explorar a mão de obra barata da Índia que por igual e em conjunto, ambos os países hoje ameaçam a economia do resto do mundo.
Os gringos, aos transferirem capital de trilhões de dólares por mais de vinte anos seguidos a esses povos, em troca da exploração de sua mão de obra barata, acabou por proporcionar e dar vida e resistência aos maiores fornecedores de produtos que se poderia imaginar e, em contrapartida, os maiores consumidores de alimentos do mundo, cuja produção própria não é capaz de suprir as necessidades básicas alimentares.
Lembra ele, que o grande problema surgido com o favorecimento a esses países, foi o crescimento por conta do aumento de oportunidades de trabalho e renda per capta que passaram a lhes oferecer – e esses a exigir – maior consumo em quantidade e qualidade de alimentos e, a considerar com isso, o tamanho populacional de cada um em relação não somente aos americanos, mas também aos europeus e demais países per si, o faz trazer, na reflexão, o seguinte comentário: “
“O grande problema é que a crise alimentar já está batendo à porta e esperar mais seis anos será uma eternidade. Estados Unidos e Europa consomem aproximadamente 40% de todos os alimentos produzidos no mundo. Se considerarmos os grandes países da Ásia (Japão, Coréia, Malásia, etc.), já teremos mais de 70% dos alimentos produzidos comprometidos. Como alimentar com 30% os 50% restantes da população do mundo?”
Considerando que atualmente o nosso Brasil, somado aos EUA, Argentina e Canadá, conseguem produzir o suficiente para alimentar sua população e que para esse feito nós utilizamos apenas de 16% de nosso território agricultável e em pastagens, e que ainda podemos crescer 100% desse número sem comprometimento do sistema ecológico, sob essa ótica poderemos, sim virmos a ser, até por necessidade da humanidade, o celeiro do mundo.
Sabe-se também que em mais dia ou menos dia a fome baterá às portas de todos, especialmente dos considerados ricos que terão milhões de famintos a exigir alimentos que não terão. Somente essa informação para qualquer mente menos preocupada, justifica esse assédio (que não é novo) da China na aquisição de terras brasileiras, e agora também da Índia que por igual, inventou de aplicar aqui seu possível armazém abastecedor.
Deu para entender o porquê do corpo-mole e até incentivador do governo do Presidente Lula com respeito à não proibição de venda de terras brasileiras a estrangeiros, especialmente chineses e indianos?
Como diz o título, não precisamos nem de mágica e nem de matemática, mas de juízo, né presidente? Não acordou ainda para o problema?