ADÃO RIBEIRO
Quem acompanha a vida pública paranavaiense nas últimas três décadas, certamente ouviu falar de Nivaldo Mazzin. Como candidato, nunca perdeu uma disputa, se elegendo vereador quatro vezes e ocupando a presidência da Câmara em cinco oportunidades. Apoiando candidatos, colecionou mais vitórias do que reveses. Ele descarta ser candidato a vereador novamente, mas, abre as portas para uma eventual composição de vice-prefeito numa chapa viável. “Não é um sonho, mas uma vontade”.
Mazzin é conciliador, popular e carismático. Mas, para sobreviver por tanto tempo na vida pública, só mesmo com uma peculiaridade: “jogar nas onze”. A expressão é emprestada do futebol e destaca um atleta versátil, que joga em qualquer posição. Na nossa analogia, Mazzin tem a noção do funcionamento de diversas áreas. Do esporte à saúde; da ouvidoria à administração.
O ex-presidente da Câmara concedeu entrevista em visita ao DN na última quinta-feira. Ele disse que não será mais candidato a vereador, pois entende que já contribuiu no Poder Legislativo. Mas, se houver a possibilidade de ser vice-prefeito numa chapa viável, está disposto. “Não é o meu projeto, mas se o grupo entender…”
Tema recorrente – A condição de postulante a vice já esteve no radar de Mazzin por pelo menos quatro oportunidades. No entanto, circunstâncias da política adiaram o projeto. A mais recente foi em 2016, quando chegou a ser cotado para vice do prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes (KIQ), reeleito em 2020. A dentista e ex-primeira-dama Jeanne Fuji Kato foi a escolhida e cumpriu mandato até o ano passado. O atual vice é o contabilista Pedro Baraldi.
Outra possibilidade tida como certa é que seria secretário na equipe de KIQ durante o primeiro mandato, o que também não se configurou. Amigo da família do atual prefeito, afirma que entendeu as razões, já que naquela ocasião havia um discurso de mudança muito forte. “Não houve mágoas”, simplifica. Tanto que afirma estar realizado na direção da Regional de Saúde, já que, embora sem formação técnica, tem muito apreço pela área. Mazzin foi profissional de farmácia e empresário de uma rede farmacêutica.
Essa citação nos leva a uma outra questão: a trajetória política em detrimento da condição empresarial. O esporte e a atuação política afetaram, em alguma medida, os negócios. Lembra que já teve quatro farmácias e 27 funcionários. Perdas sim, arrependimentos não.
Mazzin diz que é feliz com as escolhas que fez, pois, apesar das dificuldades, conseguiu educar os filhos e viver do trabalho na vida pública. Para quem pensa que a sua atividade rende dinheiro, o ex-presidente da Câmara vai logo avisando: “Se eu não pagar o aluguel amanhã, sou despejado”. Portanto, a vida pública não trouxe grandes recompensas financeiras, mas trouxe valor por ser reconhecido e respeitado por onde anda. “Tenho amigos sinceros”, anima-se.
Eleições 2022 – Sobre o futuro, Nivaldo Mazzin vê com boas perspectivas as eleições do ano que vem. Entende que o atual deputado estadual Tião Medeiros tem todas as chances de se eleger deputado federal. Por outro lado, há cenário favorável para eleger até dois deputados estaduais, sendo um por Paranavaí e outro do chamado “fundão”. Adverte que é fundamental eleger o federal, de onde vem a grande parte dos recursos públicos.
Jovens na política – Quando perguntado sobre a inserção de jovens na política, Mazzin afirma que explica as dificuldades, mas incentiva. Analisa que a política deva ser território de pessoas boas para que o interesse público seja preservado. “Se os bons não se importarem, os maus vão tomar conta”, simplifica. Ele sugere ainda que o eleitor fiscalize o mandato dos seus representantes.
A paixão pelo esporte – Nivaldo Mazzin é apaixonado pelo esporte. Na prática, exerce uma segunda jornada como voluntário. Assim lidera a São Lucas Futsal e da mesma forma dirigiu o Atlético Clube Paranavaí, que sob a sua presidência conquistou o Campeonato Paranaense de 2007, um feito inimaginável para aquele grupo.
É uma relação de amor com o esporte, desejo de ver os jovens vivendo de forma saudável. Ele diz que não é apegado a cargos, mas que sempre que for chamado vai ajudar o ACP em qualquer função. Pede que as pessoas tenham amor e que pratiquem a admiração apoiando os times da cidade com ações práticas.
Por fim, Nivaldo Mazzin comemora o espaço dado pelo DN para o debate político. Se recorda do trabalho feito pelo fundador Euclides Bogoni (falecido em junho de 2016), que sempre que chamado dava a sua contribuição. O DN foi inaugurado em 23 de outubro de 1955 e tem nova gestão desde 2020.
Mazzin: Sou feliz com as escolhas que fiz”