REINALDO SILVA
reinaldo@diariodonoroeste.com.br
Em 2021 a Região Noroeste comemorava a marca de menor taxa de mortalidade infantil do Paraná. Dois anos depois, a situação é bem diferente e preocupante: agora os municípios apresentam a maior incidência de óbitos do estado.
Os números apontam a morte de 27 crianças antes de completar 1 ano de idade. Na proporção com a quantidade de bebês nascidos vivos, a taxa de mortalidade chega a 21,3. Para comparar, a região de Guarapuava é a que mais se aproxima desses indicadores, com incidência de 14,7.
A enfermeira da 14ª Regional de Saúde Jane Camargo avaliação que a situação “reflete principalmente a fragilidade no processo de assistência pré-natal na atenção básica”. A maioria dos casos está relacionada a problemas maternos, por exemplo, diabetes, infecção urinária ou hipotireoidismo sem o manejo adequado. A cada 10 crianças que morrem, seis seriam evitáveis por assistência adequada.
“Não temos muitos problemas com o atendimento do bebê após o parto, mas ele chega frágil e é difícil reverter o quadro”, disse Jane Camargo.
A mudança de cenário de 2021 para cá levou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) a promover uma capacitação sobre o tema. Participaram profissionais da rede de atenção primária e gestores de todo o Noroeste do Paraná.
Foi possível identificar as fragilidades da rede de atendimento às gestantes e propor melhorias para reduzir a taxa de mortalidade infantil. A proposta é fortalecer os comitês municipais e traçar o perfil epidemiológico para que seja possível identificar e sanar as deficiências. “Precisamos evitar as mortes evitáveis”, pontou a enfermeira da 14ª Regional de Saúde.
A taxa de 21,3 óbitos para cada 100 mil bebês nascidos vivos na Região Noroeste este ano é a maior da série histórica.
Em 2014 foi de 12,3; em 2015, chegou a 8,3; em 2016, a taxa de mortalidade caiu para 7,4; 2017 e 2018 tiveram a mesma incidência, 7,4; em 2019, a taxa foi de 10,7; em 2021, 8,9; e em 2022, 13,2.
Mortalidade fetal – Se os óbitos de crianças com menos de 1 ano preocupam, o Noroeste do Paraná tem a menor taxa de mortalidade fetal do Paraná, que leva em conta o período de até 22 semanas de gestão. De janeiro até agora, são 2,4 para cada grupo de 100 mil.
Em relação aos índices de mortalidade materna, a 14ª Regional de Saúde não contabilizou um só caso este ano.