Renato Benvindo Frata
Estamos carecas de saber que temos poucas ruas para muitos veículos. Os acidentes em cruzamento que o digam. Nosso centro comercial é pequeno em relação à população circulante, o que causa congestionamento e rápida ocupação das poucas vagas disponíveis para estacionamento de veículos.
Quem chega antes, ocupa o quartel de Abrantes! – É o ditado. Isso está explícito com o número de quarteirões centrais (que compõem a parte nevrálgica da cidade) e os muitos veículos que neles aportam desde as primeiras horas e permanecem até o final do expediente, de segunda a sábado.
Também é difícil estacionar na periferia (onde a cobrança pelo estacionamento ainda não chegou). A quantidade de veículos, desde a manhãzinha, dá a parecer que essas vagas públicas possuem donos.
Isso reflete o mesmo efeito que o das ruas principais: o comerciante/ário ocupa a vaga que seria ocupada pelo consumidor que muitas vezes deixa de comprar por falta de espaço ao veículo. O problema não é de agora e se arrasta pelas gestões administrativas. Mas, reconheça-se que várias foram e continuam a ser as tentativas de amenizar o problema e, ao que parece, a cobrança pelo uso das poucas vagas centrais disponibilizadas, não tem resolvido.
Além disso, não há uma fiscalização, embora tenhamos efetivo quer na esfera municipal e estadual que bem poderia ser escalado especialmente nas horas de pico, com o fim de evitar estacionamentos irregulares, circulação de ciclistas e motociclistas se expondo aos maiores perigos e de condutores que abusam do direito de dirigir.
Basta que alguém se disponha a ficar por cinco minutos em qualquer dos espaços centrais e observar o que acontece: desde paradas em filas duplas para embarque e desembarque, troca de faixa se sinalização, motocicletas, bicicletas, ciclomotores que se entrecruzam sem respeitar quem vem atrás.
O centro da cidade, por escassez de vagas, virou um convite a se visitar a pé, o que nem sempre é possível especialmente aos mais idosos, ou a quem necessita apoio para deambular: nossas calçadas são inapropriadas para a recepção do público. Além de estreitas e malconservadas, possuem árvores em covas e pedras soltas, além de algumas serem rebaixadas para entrada de veículo o que põem em risco quem por ali circula, transformando-se em verdadeiras armadilhas ao transeunte.
Não bastasse isso, há comerciantes que põem em frente do seu estabelecimento cartazes, colchões, cadeiras e penduricalhos para chamar à atenção do consumidor, o que impede, nesse conjunto de falhas, a circulação livre de pessoas que se propõem a gastar, mas que se vê tolhida em meio à tanta confusão e descaso. Essa prática se configura abuso quando se transformam calçadas em expositores e que, no conjunto, as mantêm perigosas.
Deixando o centro e focando os bairros, por mais que se tente, o resultado tem sido ineficaz: nossas ruas periféricas são sujas, à espera de varrição que, quando é feita, parece que se escolhe o lixo, já que folhas, papeis, terra, cacos, continuam ali estagnados. Assim como continuam a merecer reparos e desobstrução as incontáveis bocas-de-lobo, perdidas e malcheirosas.
São problemas do cotidiano que merecem bons olhares e bom acompanhamento ao serviço de quem se sujeitou a fazê-lo. Quem sabe uma fiscalização mais presente, não poderia ser o início da solução?