REINALDO SILVA
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Os municípios do Noroeste do Paraná somam 94.976 pessoas com 70 anos de idade ou mais, imunocomprometidas, vivendo em instituições de longa permanência e indígenas. Até segunda-feira (24), apenas esses grupos podiam receber a vacina bivalente contra a Covid-19, mas, apesar da prioridade, pouco mais de 19.500 moradores foram imunizados, cobertura de 20,5%.
Os números são da 14ª Regional de Saúde e acendem o sinal de alerta quanto à procura pela vacinação. A avaliação da enfermeira Jane Camargo é que o resultado “reflete a baixa adesão da população à vacina, sendo necessário combater de forma intensa as ‘fake news’ [notícias falsas], que no momento são o maior entrave para a melhora na cobertura vacinal”.
Questionam a eficácia e a segurança da vacina e relacionam a imunização a casos graves de miocardite, uma inflamação no músculo do coração, e até à morte. Também circulam informações sobre idosos que teriam perdido os movimentos das pernas após serem vacinados. São afirmações mentirosas, sentencia a enfermeira da 14ª Regional de Saúde.
Jane Camargo chama a atenção para os frequentes comunicados do Ministério da Saúde sobre a divulgação de notícias falsas, “que prejudicam as coberturas vacinais no país, além de ser um desserviço para o irrefutável benefício das vacinas no controle e redução de casos graves da Covid-19”.
A orientação é que a população busque informações nos canais oficiais do Ministério da Saúde para evitar desinformações relacionadas à vacinação. Os gestores precisam investir em campanhas que apresentem os benefícios da imunização e combatam as fake news.
De acordo com a enfermeira, os profissionais de saúde devem conversar com os pacientes e indicar fontes confiáveis de notícias, “para desenvolver consciência positiva frente à eficácia das vacinas, levando à adesão e aumento da proteção às doenças e consequentemente melhora nas coberturas vacinais”.
Jane Camargo resume: “É inegável a contribuição [da vacina] na redução da morbidade e da mortalidade”. A palavra morbidade faz referência à doença. Mortalidade é o óbito.
Vacinação – Imune às notícias falsas, a produtora rural de Paranavaí Marisa Rossanezi, de 52 anos, fez questão de ir à Unidade Básica de Saúde Zona Leste para receber a dose da vacina bivalente contra a Covid-19.
Para Marisa Rossanezi, vacina significa proteção. Se contrair o vírus, dificilmente manifestará sintomas mais graves da doença a ponto de precisar de internação hospitalar. Antes, quando não havia imunizantes contra a Covid-19, saía de casa somente em situações extremamente necessárias, tinha medo. Agora, devidamente vacinada, está mais tranquila.
Desde terça-feira (25), todas as pessoas com 18 anos de idade ou mais podem ser imunizadas, uma decisão do Ministério da Saúde para tentar ampliar o alcance vacinal. Assim como nos municípios do Noroeste, os números estão baixos em todo o Brasil.
Informação – A enfermeira da 14ª Regional de Saúde indica duas fontes oficiais de informação sobre a eficácia e a segurança da vacina contra a Covid-19. A primeira é o site do Ministério da Saúde (www.gov.br/saude). A outra é a página da Secretaria de Estado da Saúde (www.saude.pr.gov.br).