A Gibiteca de Curitiba encerrou a comemoração dos seus 40 anos, na noite deste sábado (15/10), com duas participações especiais que atraíram grande público no último evento da programação. As palestras do editor Sidney Gusman, da Mauricio de Souza Produções, e do quadrinista Vitor Cafaggi, um dos autores da graphic novel Turma da Mônica Laços, adaptada para o cinema, se transformaram numa conversa animada, com direito a muitas perguntas da plateia.
Os dois convidados contaram como transformaram as graphic novels da Turma da Mônica em grande sucesso editorial. Jornalista com passagens por várias publicações, Gusman está há 17 anos na produtora de Maurício de Souza. O editor foi um dos responsáveis por atualizar os clássicos personagens dos quadrinhos brasileiros, transportando-os da infância para o universo juvenil. Vitor e sua irmã, Lu Cafaggi, também quadrinista, fizeram essa releitura, utilizando a nova narrativa, e criaram a trilogia Turma da Mônica – Laços, Lições e Lembranças.
“Uma preocupação do Maurício é que os personagens falem a língua do dia e da hora, como costuma dizer. Se nos anos 60 e 70, a Mônica e a Magali gostavam do Francisco Cuoco, hoje o Cebolinha é fã da Anita”, compara Gusman.
Para o editor, a atualização constante é o segredo da longevidade dos quadrinhos de Mauricio de Souza, com o cuidado de jamais menosprezar as crianças. “Com piadas sempre atuais, com memes, internet e celular, os roteiristas fazem com que elas entendam a referência e se sintam incluídas. Mas procura-se não focar só nisso, em conectividade, internet, etc., porque criança tem que brincar”, explica Gusman.
Vitor Cafaggi conta que, ao escrever histórias para a Turma da Mônica, sua intenção é se comunicar com a infância das pessoas. Segundo ele, o filme também seguiu essa proposta. “A gente queria trazer essa nostalgia e o filme soube captar isso maravilhosamente bem. A história combina muito com o mundo atual, as crianças entendem, os adultos lembram de suas infâncias. É um jeito de se comunicar com diferentes gerações”, diz o quadrinista.
Cidadãos melhores
Os convidados destacaram o papel da Gibiteca na formação e produção de HQs. “Estou aqui desde o primeiro dia de programação e esse movimento da Gibiteca me chamou muito a atenção. Estão aqui pessoas de todas as idades. É fantástico ver que a cidade abraça esse espaço”, observou Cafaggi, que na ocasião também lançou Franjinha, de sua autoria, uma das mais recentes produções da Graphic MSP.
Para Gusman, a Gibiteca de Curitiba é um polo de grandes autores. “Esse fomento à cultura por meio dos quadrinhos, feito pela Gibiteca, gerou muito filhotes pelo Brasil. Essa boa semente tem que ser sempre mais e mais espalhada para que outras capitais e cidades do interior montem iniciativas como esta, pois, além de formar leitores, ela forma cidadãos melhores”.
Gusman, que produz o podcast Confins do Universo, anunciou que fará um episódio sobre a Gibiteca de Curitiba. O atual coordenador do espaço, o desenhista Fúlvio Pacheco, será um dos entrevistados. O programa irá ao ar em novembro.
FONTE: Prefeitura de Curitiba