REINALDO SILVA
reinaldo@diariodonoroeste.com.br
O momento é de aparente tranquilidade. Ontem, a Secretaria de Saúde de Paranavaí confirmou 11 novos casos de Covid-19, realidade bem diferente da vivida em junho, quando os registros positivos explodiram – no dia 14, por exemplo, foram 266. Apesar da mudança de cenário, o pedido da secretária de Saúde, Andréia Vilar, é que a população mantenha os cuidados para evitar novos surtos de Covid-19. “Estamos estudando estratégias”, diz, para evitar o surgimento de outra onda de contágio diante da chegada de variantes virais diferentes.
A vacina tem papel preponderante nesse sentido. A médica da Secretaria de Saúde Luciane Brunholi Xavier Dal Ponte destaca que o avanço da imunização contra a Covid-19 tem garantido redução no número de casos, no índice de agravamento dos sintomas, no volume de internações hospitalares e nos registros de óbitos. Por isso, reforça, é fundamental que as pessoas sejam vacinadas.
Ontem, a Prefeitura de Paranavaí alcançou o público de 27 anos de idade, avançando mais uma faixa etária. Depois de vacinar 1.426, inclusive utilizando doses remanescentes de outros dias, o estoque de imunizantes acabou. Assim, a vacinação foi interrompida às 15h. Nos próximos dias não haverá aplicação de primeiras doses, com retomada quando o município receber novo lote com quantidade suficiente para pelo menos um dia de vacinação em massa, informa a Secretaria de Saúde.
Segundo Andréia Vilar, a estrutura montada no Centro de Eventos reúne aproximadamente 40 profissionais, com capacidade para vacinar até 4.000 pessoas por dia. Porém, as aplicações são feitas conforme o quantitativo de doses enviadas a Paranavaí pelo Governo do Estado, seguindo as remessas do Governo Federal. Na prática, a média tem sido de 2.000 moradores por vez.
Ontem, a doula Tainara Andrade, 27 anos, fez questão de ir ao Centro de Eventos logo pela manhã. Defende a imunização em massa e lamenta a lentidão do processo de vacinação em todo o país. “A vacina é totalmente necessária. Perdemos muita gente que não conseguiu se vacinar e muitas mortes poderiam ser evitadas.” Até a tarde de ontem, o Brasil havia registrado mais de 566 mil óbitos por Covid-19.
Variante delta – Em recente entrevista ao Diário do Noroeste, a chefe da Vigilância Epidemiológica da 14ª Regional de Saúde, Samira Silva, garantiu que a variante delta do coronavírus ainda não foi identificada na área de abrangência da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (Amunpar), mas já houve identificação da mutação viral na macrorregião.
A disseminação da delta pelo Paraná fez as autoridades acenderem o sinal de alerta. “Estamos atentos, em vigilância. Precisamos manter todos os cuidados sanitários para garantir que se uma nova variante aparecer seja possível interromper a cadeia de transmissão rapidamente”, afirma Samira Silva.
A lista de medidas a que ela se refere inclui usar máscara de proteção facial, manter o distanciamento social e higienizar as mãos frequentemente. De acordo com os estudos científicos, a variante delta é transmitida de forma mais rápida, porém, não necessariamente mais fatal.