O ano letivo de 2023 está no segundo mês. Pode parecer cedo, mas o segredo para evitar os desgastes relacionados às notas e avaliações é começar a rotina de estudos desde o início das aulas. Por isso, os responsáveis precisam estar atentos ao cronograma de atividades dos alunos para que o decorrer do ano seja tranquilo e que as decepções com notas baixas e indesejadas, ou até mesmo recuperação e reprovação, não aconteçam.
A pedagoga e diretora da Escola Pedro Apóstolo, Carolina Paschoal, lembra que estudar não se resume a estar em sala de aula, nem mesmo a se preparar para um exame, por exemplo. “Por mais que seja válido reforçar conteúdos nas vésperas de uma avaliação, o ato de estudar deve ser praticado todos os dias. E a participação dos pais e responsáveis nesse processo é necessária para orientar os alunos fora do ambiente escolar”, afirma.
A pedagoga lista nove dicas para os pais ajudarem os alunos nos estudos. Confira:
1 – Monte um cronograma
Todos os dias, após as aulas, os estudantes voltam para casa com algum conhecimento novo ou uma atividade solicitada pelos professores. Para que tudo não fique acumulado para a última hora, nem os estudos diários sejam perdidos, é importante que os alunos tenham um cronograma e dividam o horário em casa conforme as demandas repassadas em sala de aula. “Os pais ou responsáveis podem ajudar as crianças e adolescentes a definir as prioridades do dia, para que saibam se organizar. O cronograma possibilita que as atividades sejam distribuídas ao longo do dia ou mesmo da semana, com horários para cada disciplina e atividade. Isso é importante até mesmo para que o aluno aprenda a ser organizado em outras situações”, comenta a pedagoga.
2 – Estude em um ambiente tranquilo
Para estudar, é necessário silêncio e evitar distrações. Por isso, segundo a pedagoga, é importante que o aluno tenha um local definido para desenvolver suas atividades, ler as anotações feitas em sala ou mesmo retomar o que aprendeu na escola. “A criança ou adolescente precisa de um lugar que não se misture com distrações. Mesmo quando o espaço é limitado, encontrar um lugar onde se possa colocar e consultar os livros, cadernos e estojo já ajuda nesta organização. Ter boa iluminação, circulação de ar e acesso à internet (quando for possível e necessário) são algumas das características que auxiliam nesta rotina. As pessoas da família podem também contribuir para isso com o silêncio no momento do estudo do aluno”, explica.
3 – Faça pausas durante o estudo
Dentro do cronograma, o estudante também precisa das pausas para descansar a mente e o corpo, conforme explica Carolina. Nestes momentos, pode estar incluso, por exemplo, um lanche, um alongamento, um pequeno exercício físico ou até um momento de conversa, brincadeira e distração com um irmão. Mas é sempre bom lembrar: o momento de descanso não deve se prolongar muito, principalmente se o estudante tiver alguma demanda urgente ou extensa para resolver. “Descansar é necessário para continuar a aprendizagem. Mas a pausa não pode gerar um ambiente em que o aluno se sinta à vontade para deixar o estudo totalmente de lado no restante do dia”, diz a diretora.
4 – Use a tecnologia a seu favor
Falar em vídeos no YouTube ou em outros aplicativos e redes sociais para crianças e adolescentes pode parecer “chover no molhado”, pelo domínio que eles têm das ferramentas. Contudo, os estudantes precisam utilizá-las a seu favor na hora dos estudos. “Os pais e responsáveis podem incentivá-los a utilizar esses aplicativos e ensiná-los a pesquisar informações relacionadas à disciplina em questão”, diz a pedagoga. Os alunos ainda podem usar as ferramentas de inteligência artificial para formular e responder perguntas e jogos online que auxiliem na fixação dos conteúdos. “E sempre é bom lembrar as crianças e adolescentes que os livros didáticos permanecem como uma ferramenta necessária no dia a dia, mesmo que a internet tenha muitos recursos”, analisa.
5 – Manter as redes sociais longe na hora de estudar
Caso perguntássemos às pessoas adultas, que utilizam redes sociais, se acham que elas lhes distraem das obrigações cotidianas, certamente teríamos uma porcentagem altíssima afirmando que sim. Com as crianças e adolescentes funciona da mesma forma, como explica Carolina: “os estudantes possuem um cérebro imaturo e em desenvolvimento. Por este motivo é ainda mais difícil para eles imporem limites do uso do sedutor universo da internet. Um simples acesso ao celular pode durar horas e horas, interrompendo de forma permanente o momento de estudo. Por isso, manter o aparelho longe pode ser um favor que os pais fazem aos filhos”.
6 – Realizar as lições de casa periodicamente
É comum que ao final da aula os professores passem aos estudantes atividades para casa relacionadas ao conteúdo estudado na aula. Realizá-las pode significar reforçar o conteúdo trabalhado em sala de aula. Carolina afirma que, principalmente aqueles alunos que não conseguem ter rotina de estudo diária, a lição de casa acaba por ser o único instrumento que os ajudará a ter contato com o que foi estudado na escola. “Responder, por exemplo, perguntas relacionadas aos temas dos conteúdos, realizar uma resenha crítica ou qualquer outra proposta mencionada pelo professor em forma de lição de casa pode ser sim um instrumento importante de estudo em casa, além de ser uma forma regular para acompanhar como está ocorrendo a aprendizagem. Em caso de não conseguir realizar as lições de casa, esse pode ser sim um sintoma de que a aprendizagem não está ocorrendo de forma significativa para o estudante”, afirma.
7 – Acompanhe a rotina do aluno
Durante as horas de estudo, os pais e responsáveis precisam estar atentos ao que os filhos fazem. Mesmo que isso não seja possível durante todo o dia, devido ao trabalho que muitos têm fora de casa, os adultos podem tirar alguns minutos do dia para saber como estão os estudos das crianças e adolescentes. “Quando estiver em casa, chame o estudante para conversar sobre o dia de aprendizagem e peça para ver seu caderno e materiais didáticos. Mostrar interesse pela rotina de sala de aula e das atividades em casa é uma forma de ajudá-los a seguir caminhos, tirar dúvidas que eles tenham guardado ou solucionar dificuldades”, comenta Carolina.
8 – Mantenha contato com a escola
Quando necessário, os pais ou responsáveis podem agendar horários com a coordenação pedagógica para falar sobre o estudante. “Este contato ajuda a solucionar alguma questão que o adulto tenha identificado em casa ou mesmo para saber dos profissionais da educação como está a evolução das crianças e adolescentes nos estudos. É sempre bom lembrar: a educação não envolve somente aluno e professor, mas toda a comunidade escolar e também a família”, afirma a pedagoga.
9 – Se precisar, acione aulas de reforço
Se os adultos perceberem que o estudante não consegue solucionar atividades sozinho e encontra dificuldades com alguma disciplina, talvez seja o momento de acionar a escola e procurar as aulas de reforço, que, em alguns casos, acontecem em contraturno. “A identificação desta necessidade vem justamente porque os pais ou responsáveis acompanham de perto a rotina dos alunos e têm contato regularmente com a escola”, acrescenta Carolina.