NATHALIA GARCIA
DA FOLHAPRESS
Indicados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central, Gabriel Galípolo e Ailton Aquino tomaram posse de seus novos cargos na manhã desta quarta-feira (12). O ex-secretário-executivo da Fazenda assume o comando da diretoria de Política Monetária, enquanto o servidor de carreira passa a chefiar a diretoria de Fiscalização.
A dupla poderá agora participar do próximo encontro do Copom (Comitê de Política Monetária), responsável por calibrar o patamar da taxa básica de juros (Selic) hoje fixada em 13,75% ao ano.
Na reunião agendada para os dias 1º e 2 de agosto, há expectativa de que o colegiado do BC, formado pelo presidente (Roberto Campos Neto) e pelos oito diretores da instituição, inicie o ciclo de corte de juros. O atual patamar da Selic é alvo de críticas por parte de membros do Executivo e do Legislativo.
Os nomes dos novos diretores foram aprovados em sabatina no Senado no último dia 4. No plenário, Galípolo recebeu 39 votos a favor, 12 contra e uma abstenção. Já Aquino foi aprovado pelos parlamentares por 42 votos a favor, 10 contra e uma abstenção.
Nome de confiança de Lula, Galípolo precisará se equilibrar entre a autonomia legal do BC e a missão creditada a ele de colaborar para a redução dos juros, como pleiteada pelo governo petista.
Durante a sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), o ex-número 2 da Fazenda afirmou aos senadores que diretores da autarquia não devem opinar sobre a autonomia do BC, mas disse que é “a vontade das urnas” que determina o destino econômico do país. Em entrevista à Folha, Galípolo disse que Lula é “o único que dá opinião, tendo 60 milhões de votos.”