A figura paterna é uma das maiores inspirações e influência para muitas crianças, adolescentes e até adultos, seja na escolha do time de futebol, na modalidade esportiva preferida, além do exemplo de vida. Um desses belos exemplos de filhos que seguem os passos dos pais vem da família Mercurio de Paranavaí. Eles carregam um amor pelo judô que ultrapassa os limites dos tatames e atravessa gerações.
Professor de judô, Marcelo Tadeu Mercurio, 53 anos, tem o prazer de ver os filhos Geovana, 26 anos, Felipe, 24 anos, e Anderson,16 anos, além do neto Joaquim se apaixonarem pelo mesmo esporte. Um amor que uniu ainda mais a família em momentos difíceis, mas também de muitas felicidades.
Mercurio iniciou no esporte junto com o irmão, quando tinha apenas oito anos de idade. De lá para cá construiu sua vida através do judô e viu seus filhos crescerem dentro de um tatame. Atualmente, ele possui uma academia de luta junto com os filhos.
Vendo os filhos já grandes, o professor se diz satisfeito e com a sensação de dever cumprido.
Apesar de muito tempo dentro de uma academia, foi longe dos tatames que Mercurio precisou enfrentar sua maior luta. Há dois anos, ele foi diagnosticado com Linfoma de Burkitt, um tipo de câncer do sistema linfático, que afeta particularmente células de defesa do corpo.
Nesse momento difícil a família se uniu ainda mais e como em luta de judô conseguiu aplicar um ippon e vencer a doença. Foi nesta época que seus filhos coloram em prática todos aprendizados adquiridos fora e dentro dos tatames e assumiram a liderança da academia. O professor destacou que além dos filhos, sua mãe Rute, foi uma pessoa fundamental.
Orgulhoso por ver os filhos trilhando seus caminhos através do esporte, Mercurio fala estar muito realizado de ver os herdeiros pregando os ensinamentos adquiridos através do judô, que é uma luta de doutrina. “O judô não é só para lutar, é para vida”, diz o professor.
Sua filha mais velha, Geovana, atualmente cuida da administração da academia. Ela já foi campeã paranaense na modalidade e conta que é difícil mensurar a importância do pai e que leva para vida todos os ensinamentos. “Agradeço ao meu pai por me apresentar o judô”, diz Geovana, mãe do pequeno Joaquim, que está dando os primeiros golpes na modalidade.
Responsável por assumir as aulas na academia enquanto o pai estava doente, Felipe conta que nunca foi forçado ou obrigado a estar no judô. Ele lembra que já tentou praticar outras modalidades, futebol e vôlei praia, mas o amor pela luta e inspiração da figura do seu pai falaram mais alto. “Tudo que eu tenho foi graças ao meu pai e ao judô.”
Mais jovem dos irmãos, Anderson ainda é competidor. Inspira no pai dentro e fora do tatame. Ele fala em levar todos os aprendizados com o pai para o resto da vida. “Me espelho nele.”