Para quem não teve a chance de conhecer o livro, aí vai uma dica: haverá lançamento
ADÃO RIBEIRO
Acabou de sair do forno, ainda nem foi lançado. Mas já dá para adiantar que o escritor Renato Benvindo Frata nos presenteia neste fim e começo de ano com mais uma deliciosa aventura através das letras. Em visita ao Diário do Noroeste, dias antes do “jingle bells” no longevo dezembro, o escritor, advogado e professor apresentou o seu livro de número 21: Crepúsculos Outonais.
Um conjunto de contos e crônicas para quem gosta de viajar pela imaginação. Nos textos de Benvindo Frata você pode ser criança, um jovem apaixonado, um viajante do tempo, um homem da ciência, um letrado ou matuto. Você pode participar das aventuras nesse caldeirão mexido com a “A Pá de Polenta”, título do primeiro livro do escritor (e lá se vão algumas décadas).
Em bate-papo descontraído, o escritor deixa pistas sobre inspiração. Escreve por hobby “desde moleque”, mas leva a sério. Tanto que aproveita até as noites mal dormidas para exercitar a sua arte. Leva papel e caneta para a mesa de cabeceira e anota o que vem à cabeça nas madrugas silenciosas de inverno, de verão, outonais ou primaveris.
Antes de ir embora, após o rápido colóquio, Renato Benvindo Frata, 78 anos de idade, detentor de uma série de prêmios por contos e crônicas, deixa dois exemplares da sua nova obra. Um deles ficará na estante da redação do Diário do Noroeste para empréstimos programados, lazer e reflexão.
Para quem não teve a chance de conhecer o livro, aí vai uma dica: haverá lançamento, explica o fundador e atual presidente de honra da Academia de Letras e Artes de Paranavaí – Alap.
Para os apressados, eis uma mostra da nova obra (página 241):
Furisco
Foi num trisco um risco bem riscado
num corisco que passou rasgado,
não, não foi rabisco, desse rabiscado,
mas quase um aprisco, assim abrigado
e o fiz num prisco de tempo, atristado
vez que não me arrisco, vivo arriscado,
e não me fio em ladrisco, o aligeirado
que é chamarisco e até endeusado.
Pode procurar, não é marisco, nem mourisco,
Sim, é arisco e nunca asterisco,
Mas pode ser tirisco, para abestado.
Quem sou? Não sei; quem sabe, um furisco.