A semana foi movimentada por um tema sensível para a comunidade: a educação. O deputado federal por Minas Gerais, Nikolas Ferreira, acabou eleito para presidir a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Ele preenche os requisitos políticos para a indicação, pois pertence ao PL, dono da maior bancada da Casa e com direito a tal indicação.
Mesmo sendo o deputado mais votado do Brasil em 2022 com 1,47 milhão de votos e formado em direito, a sua nomeação causou divergências. Com apenas 27 anos de idade e habilidoso nas redes sociais, o parlamentar não tem experiência na área da educação e se envolve em algumas falsas polêmicas. Uma delas foi dizer em uma rede social que não se interessa por saber se a terra “é plana, quadrada ou redonda”. E antes disse: “Nunca estudei isso”.
Todos os temas da educação do país passam pela comissão. Cada ação precisa ser estudada antes de votar, já que envolve bilhões de reais dos recursos públicos. Nikolas, embora jovem, foi pai nesta semana e não tem mais tempo para temas abstratos na Casa de Leis. Uma vez eleito presidente da Comissão precisa abandonar coisas dispensáveis e analisar com os pares todos os projetos que chegam.
Dados de 2022 revelam que há mais de um milhão de jovens de 4 a 17 anos fora da escola, embora a frequência seja obrigatória nesta faixa etária. Também 9,8% dos adolescentes terminam o ensino básico e não ingressam no ensino médio. Sem contar que o conjunto das leis voltado para a educação está sempre em pauta e as mudanças são constantes.
Uma vez eleito (e isso não se discute), espera que o deputado Nikolas Ferreira consiga desenvolver um bom trabalho voltado para o lado objetivo da educação: melhor resultado. Ele prometeu seguir tal roteiro.
Outro assunto da semana, ainda na educação, foi a avalanche causada pela polêmica em torno do livro O Avesso da Pele, do professor Jeferson Tenório, vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura de 2021 (categoria Romance). Ocorre que a obra entrou no conjunto de livros didáticos do Ministério da Educação e causou polêmica por causa de trechos picantes.
No Paraná a obra foi retirada da Educação, o mesmo acontecendo em Goiás, Mato Grosso do Sul e em algumas cidades do Rio Grande do Sul. O autor protestou argumentando que se trata de censura, vedada pela Constituição. A polêmica já foi judicializada e terá desdobramentos em breve.
Detalhe: como um tempero a mais neste molho, o livro foi inserido na educação antes de 2023, ou seja, no mandato anterior da presidência da República. Não há ação direta do chefe do Poder Executivo.
Passa pelo Guia do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). É tarefa de professores e equipe pedagógica analisar as resenhas contidas no guia para escolher adequadamente os livros a serem utilizados.