ADÃO RIBEIRO
adao@diariodonoroeste.com.br
“O Brasil nasceu como país livre nos quilombos”. A afirmação é do professor/doutor Eduardo David Oliveira, da Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Ex-morador de Paranavaí, ele participa de atividades do Mês da Consciência Negra na cidade, incluindo cursos, palestras e lançamento de livros. Eduardo fala da importância de Zumbi, a quarta geração de lideranças do mais longevo quilombo – Palmares – que durou 105 anos.
Pós-doutorando, o professor explica que antes dos quilombos não havia histórias de autonomia do estado brasileiro, mas pactos entre os poderes institucional e econômico, deixando à margem a maioria da população. Nesse sentido, os quilombos representavam a liberdade e a resistência.
Evitando fazer “romance”, como definiu, Eduardo Oliveira ilustra que havia até escravizados nos quilombos, mas, antes de tudo, eram espaços de levar consciência, além da luta. Zumbi tinha essa capacidade por conta da educação que recebeu e da forma libertária de tratar os espaços de quilombo que contavam com negros, índios e brancos. Palmares viveu seu auge na metade do século XVII.
O professor fala também de Luiz Gama, outro expoente da história negra e de resistência. Gama nasceu na Bahia e, mesmo diante das dificuldades impostas pela vida, se destacou em São Paulo na defesa da dos escravizados. Viveu de 1830 a 1882.
Filósofo, Eduardo David Oliveira faz uma série de reflexões acerca do racismo estrutural e de formas de romper com essa realidade. Políticas afirmativas, incluindo a de cotas, representaram avanços a partir de 2003. Mas há muito ainda por fazer, opina, citando as diferenças de espaços de poder, oportunidade de emprego, educação e economia entre brancos e negros.
Interessados poderão adquirir os livros do professor Eduardo acessando editorasegundoselo.com.br. Há opções de e-books e exemplares físicos sob encomenda.
A entrevista completa do professor está disponível no site do DN: www.diariodonoroste.com.br.
Anpir – Eduardo Oliveira visitou a redação em companhia dos também professores Celso José dos Santos e Simony Domingues de Souza.
Celso é presidente da Associação Negritude de Promoção da igualdade Racial (Anpir).
Ele falou da importância de manter a defesa pela igualdade, apontando as dificuldades da própria associação diante do racismo. Mas mostra confiança para o futuro e disposição para continuar levando para Paranavaí e região a mensagem do respeito e dos direitos.
A entidade faz uma extensa programação que deve culminar com uma sessão solene marcando o Mês da Consciência Negra na Câmara de Vereadores de Paranavaí, dia 28, quando personalidades serão homenageadas.
19 de novembro
Curso: “Estética da Libertação Africano-Brasileira”, professor Eduardo David Oliveira (UFBA)
No Sesc Praça dos Pioneiros, 8h às 8h30 – Credenciamento com café africano-brasileiro;
8h30 às 16h – Regime Ancestral; Travessia do Sol; Poética da Natureza; Poética do Movimento.
Hip Hop;
18h – Show Vozes Negras – Praça dos Expedicionários;
20h30 – Clube do Professor do Noroeste – Jantar Afro-Brasileiro;
Personalidades Negras 2022.
Animação: Grupo Nobres do Samba, Nara Fernandes, João Henrique e DJ Nivaldo Rocha. O Jantar Afrobrasileiro é uma promoção da Anpir e Coletivo de Combate ao Racismo da APP-Sindicato de Paranavaí.
20 de novembro – 14h – Barraca ANPIR na Praça dos Pioneiros – Contação de histórias, beleza e empreendedorismo; 17h – Show Vozes Negras; 19h – Show de samba com Grupo Sense;
28 de novembro – Câmara de Vereadores de Paranavaí – 20h – Homenagem a personalidades negras 2022.