*Rafael Octaviano
Em pleno mês de agosto, dois assuntos dominam as entrevistas coletivas: os programas de esporte brasileiro, e as mesas de bares. O primeiro falamos sobre na coluna anterior, a arbitragem. De maneira geral, temos em praticamente todas as entrevistas coletivas de times derrotados, reclamações sobre o tema, o discurso é sempre o mesmo, “como vocês sabem, não falo de arbitragem, mas hoje o arbitro…”.
Hoje quero falar sobre outro assunto, e não sobre arbitragem, nesse sentido, temos a seguinte pergunta: o calendário brasileiro é realmente um problema? A resposta é “sim”, o calendário brasileiro é muito mais inchado que em outros locais, nosso país tem dimensões continentais, possui campeonatos estaduais e regionais, os clubes percorrem distancias absurdas em pouco espaço de tempo, percorrem essas distancias em voos comerciais, os climas são heterogêneos, os gramados idem, portanto, nossos treinadores têm sim razão para reclamarem do número de jogos.
Dito isso, vejo que alguns treinadores usam o calendário como desculpa para tudo, e nesse sentido, clubes de maior investimento, que em tese disputam mais partidas, deveriam se precaver com um elenco mais robusto, e departamentos compostos pelos melhores profissionais. O Flamengo é um exemplo vivo, o time de Tite é apenas o 9° clube com mais jogos até o momento no ano de 2024, empatado com Corinthians, Fluminense e São Paulo com absurdos 48 jogos (1 a cada 4 dias e meio).
O Fortaleza lidera esse ranking negativo com 54 jogos (1 a cada 4 dias), seguido de Botafogo com 53, ambos líderes do campeonato Brasileiro. Bahia e Bragantino com 52, Athletico, Cuiabá e Palmeiras com 51, e Grêmio com 48 seguem a lista.
Last not least, que vergonha a justiça de São Paulo punir a Mancha Alviverde (antiga Mancha Verde já punida e extinta) com a proibição de entrada ao estádio com adereços da torcida, ou seja, pune-se o CNPJ para preservar os CPF’s. Com o perdão do trocadilho, é uma situação análoga a piada do adultério e do sofá, “o Brasil não é mesmo para amadores”.