MARINHO SALDANHA
UOL/FOLHAPRESS
Apresentado como técnico do Inter, nesta quarta-feira (20), Mano Menezes disse que está no clube certo para a retomada de sua carreira. Depois de passar pelo Bahia e pelo futebol da Arábia Saudita, ele busca se colocar novamente entre os principais nomes do mercado brasileiro.
“Eu acredito na vida que tudo tem a sua hora. E acredito muito que estou aqui porque sou um treinador com característica, bagagem e conhecimento para estar aqui. Mas que o Inter é o clube certo para me ajudar. Quando existe esse complemento de interesses, as coisas tendem a andar bem. É nisso que acredito”, explicou o treinador.
Mano passou pelo Inter no início de sua carreira. Posteriormente atingiu o sucesso por Grêmio, Corinthians, Cruzeiro, passou pela seleção brasileira, pelo Palmeiras, o Flamengo, entre outros clubes.
“Eu penso futebol de uma forma bem completa. Não conheço times vencedores que se comportam só de forma reativa, não conheço times vencedores que só se comportam ofensivamente, não conheço times vencedores que só propõem o jogo, porque às vezes o adversário propõe melhor do que a gente e temos que buscar outro tipo de situação. Futebol é tudo isso”, disse.
“Recentemente eu disse em uma entrevista que era saudável que o Inter buscasse uma filosofia. Um dos grandes problemas do futebol brasileiro é que estamos em constante transformação. Essa constante transformação faz com que muitas vezes se ande em círculos, vivamos de eternos recomeços. Todos sabemos as consequências disso. É saudável buscar uma identidade, e isso nada mais é do que a maneira que o torcedor quer ver seu time jogar”, completou.
Sobre seu modelo de jogo, Mano Menezes explicou que pretende usar uma linha de quatro defensores, mas que as peculiaridades do time dependerão das características do grupo.
“O Inter contratou 14 jogadores, é uma mudança significativa. O momento que passaremos, é o momento da identificação das características e conhecimento dos atletas. Se pode avaliar um jogador de longe, achar que é mais ou menos uma coisa ou outra, mas quando se traz no grupo se detecta algo que não esperava. O conhecimento se dá na construção da equipe. Se tem surpresas no encaixe de jogadores, que pode mudar setores do time e a maneira de jogar. Vamos avançar com passos não tão grandes, mas firmes. Teremos jogadores que em determinados momentos vão se adaptar com uma linha mais baixa, intermediária, retomada e saída rápida, e dependendo da circunstância temos que ter jogadores com capacidade de manutenção da bola, trabalho curto, balanço de corredores, como o futebol é. Um time vencedor precisa jogar de todas as maneiras”, completou.
No Brasil, diferente da Europa, não se pode definir uma maneira de jogar e sair pelo mundo contratando jogadores para isso. No Brasil, temos que analisar o que temos. O mercado está com janela fechada e os jogadores que temos aqui, serão os que teremos ao menos até julho. O treinador tem que analisar esses jogadores e definir uma forma de jogar privilegiando as características que temos. Não vejo nenhum jogador que não tenha características para jogar comigo”, sintetizou.
O vínculo do novo treinador vai até o fim do ano. A entrevista ocorreu depois dele observar o treinamento da manhã, no CT Parque Gigante. Sua estreia está marcada para sábado (23), contra o Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro.