*Marco Oliveira
Nos últimos anos, passamos por períodos de grandes desafios, medos e recessões, essa que ainda estarmos vivendo. Mas, já temos resultados que mostram que a economia está retomando e em alguns setores do mercado esta melhora é ainda mais marcante. Quando falo de recessão, não me refiro somente ao período pandêmico, começamos com um processo de PIB negativo em 2015, que na época estava – 3,5%. Além disso, assim como mostrou um estudo do professor do Insper, Michael Viriato, com os dados do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), desde o início da década de 1980, o brasileiro chegou a passar quase um terço da sua vida adulta vivendo num país em recessão.
Mas, apesar de ainda estarmos com indicadores ruins acumulados, temos exemplos positivos de recuperação, assim como o crescimento da indústria da moda que tem impulsionado a retomada econômica. Uma gigante chinesa do fast fashion, que vale hoje 100 bilhões de dólares, têm movimentado o setor em diversos países por meio de vendas online. No Brasil, o e-commerce de moda cresceu 20,56% em janeiro de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados do índice MCC-ENET, resultantes de uma parceria entre a Companhia Compre & Confie e a Câmara Brasileira da Economia Digital.
O varejo online está cada vez mais presente no nosso dia a dia porque o mundo inteiro está conectado. Afinal, os canais de venda mudaram, e o Brasil está crescendo via modelos digitais.
Até “ontem”, todos estavam muito preocupados com o caixa, com o comitê de crise atuando em meio à questão sanitária mundial. Porém, não devemos ficar estagnados no passado e não enxergar as oportunidades que estão à nossa frente, entender que o meu consumidor está comprando de um jeito diferente. Mais uma vez, sabemos que ainda há desafios a serem enfrentados e o momento é sim de recessão, mas é preciso aproveitar as possibilidades.
De modo geral, o e-commerce brasileiro registrou um faturamento recorde em 2021, totalizando mais de R$ 161 bilhões, um crescimento de 26,9% em relação ao ano anterior. O número de pedidos aumentou 16,9%, com 353 milhões de entregas, segundo levantamento da Neotrust, empresa responsável pelo monitoramento do setor no país. O valor médio por compra também registrou aumento de 8,6% em relação a 2020, atingindo a média de R$ 455. Além de moda, os segmentos de beleza, perfumaria e saúde — que apresentou crescimento de 87% no faturamento de venda de remédios pela Internet — são as categorias com mais pedidos feitos em 2021.
O que isso tudo nos ensina?
- Que devemos analisar sempre o cenário com várias perspectivas.
- Que temos oportunidade SEMPRE.
- Que devemos cuidar do caixa e mapear riscos.
- Que devemos focar no cliente e em melhorar sempre sua experiência.
- Que devemos ser rápidos no aprendizado.
- Que devemos ser ótimos na execução.
Em resumo, estamos vivendo em um cenário de mudanças contínuas e não podemos ficar parados. O mercado está reagindo e sempre temos oportunidades disponíveis para quem está atento e pronto.
*Marco Oliveira é especialista em gestão estratégica de negócio com foco em Go-To-Market e sócio-fundador da O4B, empresa especializada em consultoria e soluções corporativas