*Liliane Fernanda Ferreira
Quantas vezes você já disse ou ouviu alguém dizer que ficou espantado ao ver uma criança mexendo no celular com mais desenvoltura que muitos adultos? O mesmo vale para TVs, notebooks, tablets e dispositivos de voz, por exemplo. Independentemente do item e do uso, cada interação ensina algo à criança. Então por que não aproveitar essa facilidade a favor dos pequenos?
A pesquisa VII Estudo Global sobre o uso da tecnologia na educação, relatório Brasil 2022, realizada com o apoio do Ministério da Educação (MEC), aponta que a cada 10 centros educacionais, seis já utilizam tecnologia nas salas de aula. Dos mais de 43 mil professores ouvidos, 83% deles relataram usar algum tipo de material digital nas aulas e 80% deles acreditam que a tecnologia melhora a motivação dos estudantes, pois deixa os conteúdos mais interessantes.
É inegável que recursos interativos potencializam o aprendizado e estimulam habilidades para um futuro cada vez mais digitalizado. Aprender com o apoio de dispositivos digitais abre infinitas combinações de recursos: aplicativos, jogos ludopedagógicos, e-books, ferramentas de pesquisa online, entre outros.
E há novidades cada vez mais específicas para cada faixa etária, e que não se restringem apenas ao entretenimento, mas fortalecem a assimilação do conhecimento. Com níveis diferentes de dificuldade, as atividades em sala de aula estimulam habilidades como raciocínio lógico, criatividade, coordenação motora, resolução de problemas, curiosidade e trabalho em equipe.
Além disso, ter ferramentas digitais em sala de aula também permite personalizar a escolha das atividades para cada aluno, tornando possível estimular o desenvolvimento individual e o acompanhamento do progresso.
E vale destacar também o poder de inclusão, uma vez que essas ferramentas permitem aumentar o tamanho da fonte, usar áudio, inserir legendas, e ter estímulos sensoriais que contribuem para o seu engajamento com elementos visuais e sonoros.
Parodiando o trecho de uma música muito especial, a tecnologia sozinha não faz verão. Seja na sala de aula ou em casa, não basta dar um equipamento na mão da criança. Selecionar equipamentos como a Mesinha Digital, que já tem uma curadoria prévia, facilitam esse movimento no dia a dia, e permitem um momento mais livre sem mediação direta, já que todo o conteúdo disponível foi pensado e planejado para crianças interagirem livremente.
Apesar de ser “natural” para as novas gerações lidarem com as telas, qualquer atividade com dispositivos eletrônicos precisa ser acompanhada por um responsável, até para potencializar esse momento de relação com as crianças durante o aprendizado.
Nesse sentido, professores e família podem escolher atividades que fazem sentido para cada faixa etária e que vão fortalecer conteúdos necessários. Por exemplo, uma das formas de fazer isso é pesquisar aplicativos específicos como o “Vogais em ação”, que une escuta, fala e imaginação. Nele, as crianças podem praticar e aprimorar suas habilidades de reconhecimento das vogais ao completar palavras com as vogais que estão faltando.
“Ah mas eu não vou baixar aplicativo para meus filhos!”. Uma outra pesquisa também recente, esta feita pela Panorama Mobile Time/Opinion Box, aponta que 98% dos usuários já baixaram e instalaram algum aplicativo em seus smartphones. Isso em 2023. Como será daqui 10 ou 20 anos?
Se ainda resta alguma dúvida sobre os benefícios de usar a tecnologia a favor do aprendizado, proponho um exercício: suponha que na sua infância já existia toda a tecnologia atual à disposição. Como seria a sua carreira hoje, se desde pequeno você tivesse aprendido com recursos interativos, lúdicos e divertidos?
*Liliane Fernanda Ferreira é diretora da B2G