REINALDO SILVA – reinaldo@diariodonoroeste.com.br
A notificação do WhatsApp mostra um número desconhecido. Você verifica que a imagem de perfil é do seu advogado ou do escritório no qual trabalha. Abre a mensagem. O texto traz informações sobre o processo em andamento e garante que o alvará está prestes a sair, basta fazer um depósito bancário.
Trata-se de golpe. Mais precisamente, estelionato.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção de Paranavaí, Anderson Donizete dos Santos, demonstrou preocupação com o número crescente de casos registrados entre janeiro e fevereiro deste ano. Em menos de um mês, foram pelo menos 40 situações como essa narrada anteriormente. Os relatos vêm não só de Paranavaí, mas também de Alto Paraná, Paraíso do Norte e Terra Rica.
“O que acontece? A pessoa vê a fotografia do advogado e cai nesse golpe. Muitos têm depositado, ocasionando prejuízos tanto para as vítimas quanto para os advogados, que têm seu escritório exposto”, afirmou Donizete dos Santos.
Os valores pedidos pelos estelionatários variam: R$ 500, R$ 700, R$ 1.500, R$ 2.000. Independentemente da cifra, depois que o depósito bancário é efetuado, é praticamente impossível resgatar. “Quando as pessoas procuram a polícia, quando a polícia vai agir, esse dinheiro já passou para outras contas. Não consegue localizar”, explicou o presidente da OAB.
De acordo com Donizete dos Santos, nenhum advogado utiliza esse método para comunicar ao cliente que o alvará está pronto ou para pedir depósito financeiro. A prática não é usual e não é recomendada pela OAB.
“Quando o advogado pede o pagamento de custas, ou a antecipação de custas processuais, tudo é feito pessoalmente. Por quê? Porque ele vai emitir a guia e entregar para o cliente pagar.”
A orientação de Donizete dos Santos em casos assim é:
“Não responda, não faça indagação, não troque mensagens. Bloqueie o número imediatamente”.
Em caso de dúvidas, entre em contato com o escritório de advocacia usando o número de telefone fixo ou vá pessoalmente ao local.